CONTROLE ORÇAMENTÁRIO
A contabilidade é peça chave na análise orçamentária, porque subsidia informações regulares e contínuas, permitindo não só fornecer dados históricos como também revelar se a execução do orçamento está dentro dos parâmetros inicialmente previstos.
O orçamento é uma ferramenta de gestão de qualquer entidade (seja empresa ou entidade sem fins lucrativos ou entidade governamental), imprescindível no acompanhamento de negócios e na tomada de decisões.
Basicamente, constitui-se em projeções de receitas e despesas, por períodos que podem ser mensais, trimestrais, etc. Mas também pode incluir fluxo de caixa, projeção patrimonial e outros detalhamentos de interesse específico da entidade.
Esta obra procurará indicar como a contabilidade pode ser útil, tanto na fase de elaboração do orçamento quanto no acompanhamento de sua execução.
INFORMAÇÕES INICIAIS DO ORÇAMENTO
Como já afirmado, a maioria dos orçamentos preocupa-se em antever as receitas e despesas da entidade. Quando escreve-se despesas, leia-se todos os custos e despesas.
Qualquer orçamento, salvo os orçamentos iniciais de uma entidade (quando meras projeções de um negócio ou atividade futura) baseia-se em dados históricos, fatos ocorridos no passado que permitem um mínimo de previsibilidade.
Como a contabilidade é o registro histórico das operações econômicas e financeiras, obviamente que é o principal elemento na formação de premissas orçamentárias.
PREVISÃO DE VENDAS
Para previsão de vendas, se utilizará a contabilidade como indicativo:
1. Qual o nível histórico de vendas (valores nominais, em R$)?
2. Qual a sazonalidade do negócio?
3. Qual a representatividade dos novos negócios (ou produtos) já concretizados?
4. Etc.
Exemplo:
Determinada empresa levantou o seguinte volume de vendas:
Ano |
Vendas R$ |
Produtos |
2001 |
15.000.000,00 |
15 |
2002 |
25.000.000,00 |
20 |
2003 |
28.000.000,00 |
21 |
Neste simples quadro, observa-se:
1. Houve um súbito crescimento de vendas no ano 2002, muito provavelmente em decorrência do lançamento de 5 novos produtos. Obviamente, nem todo aumento de receita pode ser creditado a lançamento de produtos, mas, se descontarmos a inflação (medida pelo aumento de preços da empresa em 2002) e o crescimento nominal (físico) da venda dos demais produtos, teremos uma idéia do impacto real que os novos produtos tiveram nas receitas.
2. No ano de 2003, o crescimento das receitas foi bem menor, e o lançamento de novos produtos ficou restrito a um único caso (considerando-se que não houve cancelamento da venda de produtos que estavam no catálogo de 2001).
Desta forma, se estivermos orçando as receitas para 2004, temos que prever:
a) Haverá lançamento de novos produtos no ano?
b) Algum produto do catálogo de 2003 terá suas vendas canceladas?
c) Qual o nível de preços médio para os produtos?
d) Qual o nível de aumento físico das vendas (em unidades)?
Supondo-se que o nível médio de preços de 2004, previsto, seja de 7% superior ao de 2003, teremos uma receita nominal prevista de:
R$ 28.000.000,00 + 7% = R$ 29.960.000,00.
Ainda supondo que o volume de vendas previstas, em termos de unidades físicas, seja de +3%, teremos:
R$ 29.960.000,00 + 3% = R$ 30.858.800,00.
Espera-se que todos os 21 produtos existentes em 2003 sejam mantidos no catálogo de 2004.