Contas Contábeis – acompanhamento tributário sábado, ago 2 2008 

Para fins de gerenciamento tributário é essencial acompanhar, mês a mês, a situação do resultado tributável e sua projeção até o final do ano. Essa análise propiciará ao Contador, dentro o período-calendário, tomar providências reduzir o pagamento do IRPJ e da CSLL, porém se não efetuar o acompanhamento, após o término do ano, restarão poucas alternativas visando economia tributária.

Uma análise detalhada no fechamento dos balancetes mensais e no balanço anual propiciará economia de IRPJ e CSSL para empresa, pois cada lançamento contábil tem uma conseqüência tributária a favor ou contra a empresa. Nos próximos itens relacionamos alguns pontos que visam a economia de tributos incidentes sobre o lucro, com base na contabilidade da empresa.

1. BALANÇO DE ABERTURA

Ocorrendo a mudança de regime tributário, do Simples ou lucro presumido para lucro real, a pessoa jurídica que não manteve escrituração contábil fica obrigada a realizar levantamento patrimonial no dia 1o de janeiro seguinte ao do último período-base em que foi tributada pelo lucro presumido, a fim de proceder a balanço de abertura e iniciar a escrituração contábil (parágrafo único do artigo 19 da Lei 8541/92).

O levantamento patrimonial deverá incluir todos os bens do ativo, o patrimônio líquido e as obrigações. No ativo deverão ser inventariados o dinheiro em caixa e em bancos, as mercadorias, os produtos, as matérias primas, as duplicatas a receber, os bens do ativo permanente, etc. No passivo deverão ser arroladas todas as obrigações e no patrimônio líquido o capital registrado e a diferença (devedora ou credora) do ativo menos o passivo exigível e capital social.

Exemplo:

DESCRIÇÃO

DÉBITO

CRÉDITO

R$

R$

Banco conta Movimento

10.000,00

Duplicatas a Receber

100.000,00

Estoques

25.000,00

Construções e Benfeitorias

20.000,00

Veículos

15.000,00

(-) Depreciação Acumulada

5.000,00

Fornecedores

20.000,00

Obrigações Tributárias

10.000,00

Financiamentos

6.000,00

Obrigações Trabalhistas

4.000,00

Outras Contas a Pagar

2.500,00

Capital Social

80.000,00

Lucros / Prejuízos Acumulados

42.500,00

Total dos Lançamentos

170.000,00

170.000,00

2. CAIXA e BANCOS

Deve-se verificar nos meses seguintes, ao do encerramento do balancete e balanço (Ex.: principalmente janeiro e fevereiro do ano seguinte), se existem despesas pagas do mês ou ano anterior que deveriam ser contabilizadas pelo período de Competência (mês em que foram incorridas e não pagas), mas estão sendo contabilizadas pelo pagamento. Exemplo:

– notas fiscais de despesas, acertos de viagens funcionários e sócios com data de novembro/dezembro do ano anterior e pagas ou apresentadas em janeiro/fevereiro do ano seguinte;

– Água, luz, telefone referente competência dezembro e pagas em janeiro do ano seguinte;

– Pagamento de despesas de dezembro com cheques compensados apenas em janeiro;

– CPMF da última semana de dezembro e debitada em janeiro do ano seguinte;

– Juros e Encargos financeiros da conta corrente e conta garantida, bem como despesas bancárias  relativos a dezembro e debitados em janeiro do ano seguinte;

– IOF cobrado sobre empréstimos e financiamentos;

– Outras despesas referentes aos meses de novembro e dezembro, pagas somente no ano seguinte, contabilizando-as no mês de sua competência.

Exemplo da Contabilização da Energia Elétrica de dezembro, paga em janeiro do ano seguinte:

Data

Conta Contábil

Histórico

Débito

Crédito

Contabilização  da fatura pela Competência

31/12/x1

Despesas/custos –

Resultado

Valor fatura Copel – ref  energia elétrica mês de dezembro

5.935,10

31/12/x1

Contas a Pagar  –

Passivo

Valor fatura Copel ref energia elétrica do mês dez/

5.935,10

Contabilização do pagamento no exercício seguinte

10/01/x2

Contas a Pagar –

Passivo

Valor pagamento fatura Copel

5.935,10

10/01/x2

Banco c/corrente

Valor débito c/c B.Brasil ref  pgto fatura Copel.

5.935,10

GERENCIAMENTO E CONTABILIDADE domingo, maio 25 2008 

GERENCIAMENTO E CONTABILIDADE – TUDO A VER!

Júlio César Zanluca – Contabilista e Coordenador do PORTAL DE CONTABILIDADE

A contabilidade é uma ferramenta indispensável para a gestão de negócios. De longa data, contadores, administradores e responsáveis pela gestão de empresas se convenceram que amplitude das informações contábeis vai além do simples cálculo de impostos e atendimento de legislações comerciais, previdenciárias e legais.

Além do mais, o custo de manter uma contabilidade completa (livros diário, razão, inventário, conciliações, etc.) não é justificável para atender somente o fisco. Informações relevantes podem estar sendo desperdiçadas, quando a contabilidade é encarada como mera burocracia para atendimento governamental.

Objetivamente, o custo médio de uma contabilidade de empresa de pequeno porte (faturamento até R$ 120.000/mês) é acima de R$ 500,00. Numa empresa de médio porte (faturamento até R$ 1.000.000/mês) este custo vai a R$ 2.500,00 ou mais. Tais empresas precisam aproveitar as informações geradas, pois obviamente este será um fator de competitividade com seus concorrentes: a tomada de decisões com base em fatos reais e dentro de uma técnica comprovadamente eficaz – o uso da contabilidade.

Na prática, a contabilidade poderá ser útil para várias atividades de gestão empresarial, tais como:

1. Avaliação e projeção de fluxos de caixa
2. Formação dos preços de venda
3. Avaliação de rentabilidade, liquidez e outros indicadores de desempenho
4. Controles internos
5. Análise do ponto de equilíbrio
6. Controle Orçamentário
7. Planejamento tributário, etc.

O primeiro passo para uma contabilidade verdadeiramente gerencial, é que esta seja atualizada, conciliada e mantida com respeito às boas técnicas contábeis.

Desta forma, pressupõe-se, entre outros, que uma contabilidade para uso gerencial deva ter:

1. Contas bancárias devidamente “fechadas” com os respectivos extratos, sendo as diferenças demonstradas e que tais diferenças não afetem o resultado pelo regime de competência. Admite-se, tão somente, as típicas “pendências” bancárias, como cheques não compensados e pequenos valores de débitos e créditos a ajustar. Valores expressivos, como débitos de juros e encargos sobre financiamentos, devem estar contabilizados.
2. Provisões de Férias e 13º Salário feitas mensalmente, com base em relatórios detalhados do departamento de recursos humanos. A falta de provisão mensal distorce as demonstrações contábeis, pois o regime de competência não é atendido.
3. Depreciações, amortizações e exaustões, contabilizadas com base em controles do patrimônio.
4. Registro dos tributos gerados concomitantemente ao fato gerador, efetuando-se também a Provisão do IRPJ e CSLL, conforme regime a que está sujeito a empresa (lucro real, presumido ou arbitrado).
5. Nas empresas que se dedicam às atividades imobiliárias, optar por contabilizar custos orçados das obras. Outras atividades também exigirão técnicas contábeis específicas, como as cooperativas e as instituições financeiras.
6. Receitas, custos e despesas, reconhecidas pelo regime de competência.

Alguns aspectos da legislação fiscal permitem a utilização do regime de caixa, para fins tributários. Porém, de modo algum o regime de competência pode ser substituído pelo regime de caixa numa entidade empresarial, pois se estaria violando um princípio contábil.

A gestão de negócios é algo complexo, mas que pode ser satisfatoriamente executada, com suporte em dados contábeis fidedignos e regulares. Recomenda-se aos gestores que implementem e aperfeiçoem relatórios gerados pela escrituração mercantil, com vistas a ampliar horizontes e conhecimento de seus negócios.