Atribuições da Auditoria Interna quarta-feira, out 8 2008 

6.3 – DESCRIÇÃO DAS ATRIBUIÇÕES DA AUDITORIA INTERNA

Em várias ocasiões, temos a oportunidade de ler descrições de atribuições de auditores internos em pesquisas assinadas por entidades renomadas nesse ramo, utilizadas por muitas empresas como subsídio à sua política pessoal.

A simples leitura dessas atribuições leva ao entendimento de que a atuação dos auditores internos tem o enfoque ainda hoje, de policiamento de fraudes, fiscalização de cumprimento de normas, conferência de despesas e verificação de documentos comprobatórios. Ainda mais: em boa parte das descrições, o trabalho do auditor interno parece restrito ao campo contábil.

A moderna postura da auditoria interna, qual seja a de ação a nível de assessoria gerencial à alta administração das empresas, com atuação sistêmica nos incontáveis ramos do fluxo de informações não é encontrado nas descrições que temos visto.

O objetivo final dos modernos auditores internos, que é a formação de opinião a respeito de critérios, procedimentos, métodos de quantificação, tempo gasto nas operações, etc.; não é destacado.

A procura de pontos de simplificação, de racionalização de custos de segurança nas informações para fins decisórios, sequer são mencionados.

A busca de irregularidades, a constatação de divergências e a identificação e apuração de fraudes e desvios aparecem, geralmente identificadas como objetivos primeiros dos auditores internos. 

Além destas distorções conceituais e de postura, a situação fica mais difícil quando procuramos descrições das atribuições por níveis de auditores internos.

As atribuições de auditores internos juniores, plenos, seniores, supervisores ou gerentes apresentam-se quase sempre incompletas.

Sem a pretensão de fixar lei, parece-nos oportunos apresentar a nossa versão das atribuições dos níveis mais comuns de auditores internos:

6.3.1 – Auditor Junior

·          Executa passos mais simples do programa de trabalho;

·          Coleta e anota dados nos Papéis de Trabalho, conforme orientação e atribuição dos Auditores Pleno e Sênior;

·          Procede ao levantamento de procedimentos simples e elabora Papel de Trabalho descritivo ou fluxografado;

·          Elabora sumário de volumes destinados à quantificação de amostras a serem selecionadas nos testes do trabalho;

·          Executa testes simples com base em programa de ação desenvolvendo pelos auditores pleno e sênior, realizando verificações em documentos, saldos de contas, bens e valores em operações que estão sendo auditadas, etc.;

·           Obtém, e posteriormente devolve às áreas auditadas, documentos necessários à realização dos testes de auditoria;

6.3.2 – Auditor Pleno

·          Recebe supervisão do Auditor sênior em suas atividades, seja de levantamento de procedimentos, definição ou execução de testes de validação e transacionais;

·          Acompanha atuação do auditor Júnior, visando sincronia de atividade;

·          Auxilia auditor sênior na definição de programa de ação, a partir do que está estabelecido no programa Anual de Auditoria Interna;

·          Elabora levantamento de procedimentos e confecciona Papel de Trabalho correspondente, na forma descritiva ou fluxografada;

·          Executa testes de validação e de transação de acordo com programa de ação estabelecido;

·          Emite pareceres intermediários a respeito de enfoques examinados;

·          Estabeleça a adoção de plano de amostragem, aplicada ao sumário de volume;

·          Observa o cumprimento de normas, procedimentos internos e determinações legais nos enfoques examinados;

·          Formula recomendações a nível de Papel de Trabalho, com relação a pontos de racionalização, simplificação, fortalecimento do controle interno, segurança das informações, irregularidades ou divergências observadas nos enfoques examinados;

·          Auxilia auditor sênior na avaliação de desempenho do auditor júnior;
(…)

DIFERENÇAS ENTRE AUDITORIA INTERNA E AUDITORIA EXTERNA domingo, set 21 2008 

De forma global, o trabalho executado pela Auditoria Interna é idêntico aquele executado pela Auditoria externa. Ambas realizam seus trabalhos utilizando-se das mesmas técnicas de auditoria; ambas têm sua atenção voltada para o controle interno como ponto de partida de seu exame e formulam sugestões de melhorias para as deficiências encontradas, ambas modificam a extensão de seu trabalho de acordo com as suas observações e a eficiência dos sistemas contábeis e de controles internos existentes.

Entretanto, os trabalhos executados pelos Auditores Internos e Externos têm suas diferenças básicas caracterizadas por:

 

Auditoria Interna

 

Auditoria Externa

 

. A auditoria é realizada por um funcionário da empresa

 

. A auditoria é realizada através de contratação de um profissional independente

 

. O objetivo principal é atender as necessidades da administração

 

. O objetivo principal é atender as necessidades de terceiros no que diz respeito à fidedignidade das informações financeiras

 

. A revisão das operações e do controle interno é principalmente realizado para desenvolver aperfeiçoamento e para induzir ao cumprimento de políticas e normas, sem estar restrito aos assuntos financeiros

 

. A revisão das operações e do controle interno é principalmente realizado para determinar a extensão do exame e a fidedignidade das demonstrações financeiras

 

. O trabalho é subdividido em relação às áreas operacionais e às linhas de responsabilidade administrativa

 

. O trabalho é subdividido em relação às contas do balanço patrimonial e da demonstração do resultado

 

. O auditor diretamente se preocupa com a detecção e prevenção de fraude

 

. O auditor incidentalmente se preocupa com a detecção e prevenção fraudes, a não ser que haja possibilidade de substancialmente afetar as demonstrações financeiras

 

. O auditor deve ser independente em relação às pessoas cujo trabalho ele examina, porém subordinado às necessidades e desejos da alta administração

 

. O auditor deve ser independente em relação à administração, de fato e de atitude mental

 

. A revisão das atividades da empresa é contínua

 

. O exame das informações comprobatórias das demonstrações financeiras é periódica, geralmente semestral ou anual.

ROTEIRO DE AUDITORIA INTERNA domingo, set 7 2008 

CONTROLES INTERNOS APLICADOS AOS PAGAMENTOS

1. Controles Internos dos Pagamentos

1.1 Estoque – Almoxarifado

  1. A empresa tem definida quantidade mínima e máxima de estoque de cada produto.

  2. Estoque atinge quantidade mínima: necessidade de compra.

  3. O responsável pelo estoque emite diariamente um relatório dos produtos que atingiram a quantidade mínima, o qual é enviado, através de requisição, devidamente autorizado, para o setor de compra de materiais.

1.1A – Estoque de Matérias-primas

  1. O estoque de matérias-primas, normalmente é próximo da produção e separado do estoque do almoxarifado.

  2. Está definido o estoque mínimo, médio (ideal) e máximo;

  3. Relatório é encaminhado para o setor de produção quando atinge o estoque mínimo;

  4. O setor de produção planeja a compra de matérias-primas, através de pessoas devidamente autorizadas;

1.2 Requisições de Compras

  1. São efetuadas requisições de compra

  2. Deve conter os seguintes dados:

  • controle numérico

  • data

  • constar a quantidade e as especificações detalhadas de cada produto

  • Identificado o setor

  • assinatura do requisitante (almoxarifado) e do responsável pelo setor

  • assinatura do estoque de produção, Engenheiro de Produção, responsável pelo setor de produção

    1. A Ordem de compra

  1. O comprador da empresa, mediante a requisição, abre a Ordem de Compra;

  2. Deve conter:

  • Data;

  • Numeração;

  • Quantidade e especificações dos produtos;

  • Identificação do Setor;

  • Cotação de Preços;

  • O valor unitário, valor total e as condições gerais de pagamento e de qualidade do produto negociadas com o fornecedor selecionado pela empresa;

  • Assinatura do Engenheiro de produção ou responsável;

  • Assinatura do Diretor de Produção;

  • Assinatura do Responsável pelo orçamento ou pelo fluxo de caixa;

  • Assinatura do Comprador;

  1. Manter controle das Ordens de Compras em Aberto

  2. Constar na nota fiscal de aquisição o número da Ordem de Compras

  3. Ao chegar o produto comprado, deve ser recebido em setor específico: RECEPÇÃO.

1.4 RECEPÇÃO

  1. O setor de RECEPÇÃO confere as mercadorias e as encaminham para o Almoxarifado ou para o Estoque de Matérias-Primas.

  1. Pela ordem de compra os funcionários da Recepção conferem:

– a quantidade

– as especificações

– o acondicionamento e a qualidade dos produtos

– carimbam e assinam a nota fiscal, deixando evidência que a mercadoria constante na nota fiscal foi recebida;

1.5 ALMOXARIFADO e ESTOQUE DE MATÉRIAS-PRIMAS

  1. Conduzem os produtos até o responsável pelo Controle de Estoques da empresa (almoxarifado ou estoque de matérias-primas);

  2. O Almoxarifado (ou Estoque de matérias-primas) confere novamente as quantidades e qualidade do produto e dispõe no estoque;

  3. O registro (input) no Estoque é efetuado por pessoa independente do setor de Estoque;

  4. O responsável pelo estoque tem acesso para alterar a quantidade de mercadoria no estoque;

  5. Ao imputar os dados no estoque, o sistema integra o Contas a Pagar fica parcialmente bloqueado para análise do processo;

1.6 CONTAS A PAGAR

A nota fiscal é encaminhada ao Contas a Pagar que:

  • Mediante a Ordem de compra e requisição confere o preço unitário, o preço total, os descontos e os prazos de pagamentos, etc;

  • Nota fiscal e Ordem de Compra seguem para assinatura do responsável;

  • Após verificado que todo o procedimento foi efetuado e está em ordem, libera no Sistema de Contas a Pagar;

  • O Setor de Contas a Pagar não pode efetuar lançamentos no sistema, somente pode liberar lançamentos efetuados por outros setores;

  • As baixas também, devem ser feitas por pessoal alheio ao Contas a Pagar, cabendo a este setor somente a conferência e autorização para o pagamento;.

  • Nota fiscal e Ordem de Compra seguem para assinatura do responsável pelo pagamento;

1.7 PAGAMENTO

  1. O Contas a Pagar emite espelho (relatório) dos fornecedores que estão autorizados o pagamento, o qual segue para a Tesouraria;

  2. Tesouraria não implanta dados no sistema de Contas a Pagar;

  3. Tesouraria emite o cheque nominal ao fornecedor.

  4. Diretores e Procuradores assinam o cheque (no mínimo 02 assinaturas de Diretores/Procuradores não envolvidos em processo anterior de autorização);

  5. Para a assinatura dos cheques, os Diretores e Procuradores devem visualizar e vistar a nota.

1.8 CONTABILIDADE

  1. A contabilidade concilia se os códigos, despesas e custos foram apropriados corretamente pelos outros setores (contabilidade integrada) e se há diferença entre o relatório de contas a pagar e os saldos contábeis;

1.9 AUDITORIA INTERNA E EXTERNA

Verificar se são efetuados procedimentos de auditoria interna no setor;

PROCEDIMENTOS A SEREM OBSERVADOS QUANTO AO CONTROLE INTERNO DOS PAGAMENTOS NOS DIVERSOS SETORES

3.1 ESTOQUES (GERAL)

a) Estoques

  1. A empresa deve estar organizada no sentido de controle e vigilância permanente de seus estoques, quanto à guarda e movimentação.

  2. Os estoques mantidos pela empresa estão sob controle e responsabilidade de pessoal adequado.

  3. Os locais de armazenagem ou estocagem são adequados quanto a:

  • – roubo, fogo, perdas, extravios, etc.

  • – inacessibilidade de terceiros, não autorizados.

  1. Os sistemas de controles mantidos evitam as entradas e as saídas de estoques sem documentação suficiente e aprovada.

  2. São adotados registros ou fichas para controle dos estoques, tais registros ou fichas:

  • são utilizados para indicação de máximos e mínimos de estoques
  • – registram movimentação e saldos em quantidades e valores (controle físico e financeiro)
  • – registram custo unitário e em conformidade com a legislação

  • – têm sua movimentação integrada à contabilidade.

  1. Os registros ou fichas mencionados são escriturados por pessoal:

  • – que não tem acesso às existências

  • – que não autoriza movimentação dos estoques

  • – que não tem acesso aos controles e registros contábeis e de custos.

  1. O responsável por revisões e aprovações de ajuste ou correções de erros nos registros ou fichas de estoques é independente das funções de:

  • – custódia das existências

  • – registros da movimentação das mesmas

  1. As existências indicadas pelos registros ou fichas de estoques são balanceadas mensalmente com as contas da contabilidade:

  • – as diferenças são investigadas por pessoal da contabilidade, antes de serem ajustadas, e contêm aprovação do contador os lançamentos dos ajustes

  • – os ajustes na contabilidade, decorrentes de ajustes nos registros ou fichas de estoque, são efetuados à vista de documentação aprovada como acima descrito.

  1. Quanto aos estoques imprestáveis, deteriorados, obsoletos, etc:

  • – são baixados dos registros ou fichas de estoque e da contabilidade mediante autorização de pessoal responsável, não ligado à custódia e registros dos mesmos

  • – são sucateados para venda e, recuperáveis ou não, são controlados fisicamente.

  1. As posições dos estoques são revisadas , periodicamente, no sentido de:

  • – determinar existências excessivas ou insuficientes, obsoletas ou de baixa rotação (em função de máximos e mínimos, níveis de produção ou outras medidas)

  • – conferência contra posições de levantamentos físicos, fora das épocas do inventário anual.

  1. Existem registros adequados para controle dos estoques próprios ou de terceiros:

  • – transferidos para industrialização, consignação, etc.

  • – recebidos para industrialização, consignação, etc.

  • – em trânsito.

  1. Os referidos estoques em poder de terceiros são verificados periodicamente, bem como são devidamente investigadas e corrigidas eventuais divergências, fora das épocas do inventário anual, por meio de :

  • – contagens nos estabelecimentos de terceiros

  • – pedidos de confirmação emitidos aos estabelecimentos de terceiros

  • – outros procedimentos alternativos

  1. Quanto às entradas de materiais, produtos ou mercadorias:

  • – são registrados nos controles de estoques e na contabilidade com base em relatórios ou boletins de recepção, numerados tipograficamente

  • – os relatórios ou boletins de recepção são controlados quanto à seqüência numérica e indicam quantidades e aprovação do controle de qualidade

  • – os relatórios ou boletins de recepção que acusem devoluções de vendas são conferidos e aprovados por pessoal qualificado da área de vendas

  • – os produtos prontos são lançados nos registros ou fichas de estoque com base em relatórios de produção numerados tipograficamente, controlados quanto à seqüência numérica e aprovados por pessoal qualificado da área de produção.

  1. Quanto às saídas de materiais, produtos ou mercadorias:

  • – as entregas são feitas somente com base em requisições ou ordens de expedição autorizadas e numeradas tipograficamente

  • – é controlada a seqüência numérica dos referidos documentos

  • – os procedimentos existentes garantem que toda a saída é registrada.

b) Inventários

  1. A empresa utiliza-se do processo de inventários permanentes rotativos, visando diminuir custos e paralisação das atividades durante o balanço geral. Caso contrário:

– são efetuadas contagens pelo menos uma vez ao ano, por ocasião dos balanços

– seria recomendável à empresa o sistema de inventários permanentes rotativos.

  1. São emitidas instruções por escrito para a realização dos inventários.

  1. São entregues com antecipação, para apreciação e discussão, cópias das referidas instruções:

– ao pessoal que participa dos inventários

– à contabilidade

– à auditoria interna.

  1. São designados como responsáveis pela supervisão, controle e execução dos inventários, pessoas que sejam:

– alheias à custódia e registro dos estoques

– competentes para identificar os produtos, mercadorias, matérias-primas, etc., bem como o estágio de produtos em elaboração.

  1. O planejamento dos inventários prevê, entre outros procedimentos:

– utilização de etiquetas, inclusive para segunda contagem, bem como o controle de sua seqüência numérica

– extensão das contagens para os itens embalados, encaixotados, etc.

– medidas para evitar duplicidade ou omissão na contagem (marcação dos itens contados, colocação de fichas, etiquetas, etc.)

– assinaturas ou vistos nas planilhas ou etiquetas de contagem, indicando inclusive aprovação para alterações

– acompanhamento da auditoria interna

– que as etiquetas somente sejam recolhidas após a evidência de visto de pessoal habilitado, denotando adequação quanto ao seu preenchimento

– que antes de ser iniciada uma nova contagem sejam retiradas as etiquetas da contagem anterior

– que sejam efetuadas provas para se certificar que todos os estoques foram inventariados.

  1. As planilhas, fichas ou etiquetas de contagem são numeradas tipograficamente.

  1. É efetuada uma arrumação prévia das áreas a serem inventariadas.

  1. Os estoques a serem inventariados são previamente dispostos, de modo a facilitar a contagem.

  1. São utilizados métodos adequados de pesagem, contagem, registro, etc., bem como meios de identificação dos estoques e do estágio de produto em elaboração.

  1. É efetuado o fechamento prévio dos registros de entradas e saídas de materiais, bem como a anotação do último número de cada documento referente à movimentação dos estoques.

  1. É efetuada, previamente ao início da contagem, a atualização dos registros ou fichas de estoque.

  1. É efetuada uma adequada segregação física dos estoques nos setores de recepção e expedição.

  1. São adotadas medidas para minimizar e controlar a movimentação dos estoques durante a contagem, inclusive, se for necessário, interrompendo-se as atividades.

  1. Existe uma adequada identificação e segregação dos estoques obsoletos, inservíveis ou invendáveis, bem como das sucatas.

  1. Sobre os estoques próprios em poder de terceiros:

– é efetuada a sua contagem

– são efetuados pedidos de confirmação

  1. É efetuada uma segregação adequada dos estoques de terceiros e sua contagem.

  1. Os procedimentos de após contagem observam:

– conservação das planilhas, fichas ou etiquetas da contagem

– confirmação de que toda planilha, fichas ou etiquetas entregues foram devolvidas, inclusive quanto às canceladas

– conferência dos dados da contagem contra os registros ou fichas de estoques, com evidência nestas

– evidência de autorização para alterar os registros ou fichas de estoques em função dos resultados da contagem

– investigação das diferenças mais importantes entre os dados da contagem com os registros ou fichas de estoque

– adoção de procedimentos para confronto dos dados da contagem com registros ou fichas intermediárias de estoques (fichas de prateleiras, de almoxarifado ou outras), com evidência nestas fichas.

c) Estoques – compras

A empresa conta com departamento de compras organizado, no sentido de suprir em tempo hábil e a preços convenientes as necessidades de produção ou comercialização (descrever os sistemas de controles e registros das operações, indicando modelos de formulários em uso, n.º de vias e destinação, etc.).

As funções de compras estão segregadas de:

– recepção e expedição

– produção e controle de estoques

– pagamentos (caixa).

As compras em geral são efetuadas com base em:

– requisições numeradas, controladas e devidamente autorizadas (e quem controla a seqüência numérica)

– ordens de compra ou fornecimento numeradas tipograficamente, controladas e devidamente autorizadas ( quem controla a seqüência numérica e quem autoriza).

É mantida no setor uma via da ordem de compra para registro e controle de ordens liquidadas e ordens a liquidar. Esses registros e controle incluem:

– recepção por conta de ordens de compra

– entregas efetuadas fora do estabelecimento

– inutilização da referida via, para evitar reutilização

Existe necessidade de aprovação superior par compras de valores excedentes a determinados limites ou especiais.

Existe sistema de cotação de preços por escrito para toda e qualquer compra e para mais de um fornecedor para cada compra, visando selecionar a mais conveniente.

Nos casos de cotações mais urgentes e para compras de menores valores, feitas por telefone, devem ser solicitadas confirmações posteriores, por escrito ou no mínimo anotado o telefone e os preços cotados em papeleta própria, para que fique evidenciada a realização da cotação de preços.

As decisões tomadas após a análise das cotações, quanto a compras em condições menos vantajosas, são justificadas por escrito e submetidas à aprovação superior.

Os processos de cotação e anexos correspondentes, listas de preços e condições, correspondências, justificativas, etc. Devem ser mantidas adequadamente em arquivo.

Pessoa alheia ao departamento fará uma revisão periódica dos preços e demais condições das compras, de forma evidenciada.

As devoluções de compras são (controles e conferências) :

– controladas via expedição, quanto às saídas

– conferidas e documentadas com notas de débito, para fins de baixas e registros em contas a pagar e contabilidade

– correlacionadas com as notas fiscais dos fornecedores.

As referidas notas de débito são controladas com respeito à seqüência numérica.

É vedado o acesso do pessoal de compras aos registros de estoques.

Existe um serviço de portaria organizado no sentido de evitar a entrada de mercadorias desacompanhada de documentação fiscal, e com sistemas de registros e controles adequados para tal (procedimentos, formulários em uso e n.º de vias e destinação, etc. ).

A portaria é dotada de :

– balança apropriada e adequada à conferência dos pesos declarados nos documentos da compra

– relógios marcadores de datas e horários, na documentação da compra, referentes à passagem das mercadorias.

Evidências, na documentação da compra retida pela portaria (2ª via), ou nos seus registros, de que:

– são conferidos os pesos declarados na documentação da compra

– é exigida a apresentação da documentação da compra para liberar a entrada (marcação de relógios ou vistos na documentação retida) .

Os registros ou relações de entrada, com documentação de compra retida pela portaria (2ª via), são remetidos diretamente aos setores de compras, almoxarifados, recepção, contas a pagar e contabilidade.

A portaria está ou conta com:

– instalada em local que impeça a passagem das mercadorias fora do seu alcance

– meios de comunicação internos rápidos e eficientes, para fins de segurança (telefone, interfone, alarmes, etc.).

A empresa é dotada de setor de recepção de mercadorias organizado, no sentido de promover o controle e conferência física das compras e possui sistemas de registros e controles adequados para tal (com modelos adequados de formulários em uso e n.º de vias e destinação, etc. ).

As funções de recepção são segregadas de:

-compras

– almoxarifados

– expedição

São preparados relatórios ou boletins de recepção.

Tais relatórios ou boletins:

– são numerados tipograficamente e controlados quanto à emissão em seqüência numérica

– são enviados aos setores de compras, recepção, almoxarifados, contas a pagar e contabilidade.

Os relatórios ou boletins de recepção são controlados fora do setor emitente, quanto a :

– utilização em seqüência numérica

– conferência, inclusive contra relatórios da portaria

É efetuado o cruzamento dos documentos da compra com os relatórios da portaria, no sentido de verificar que não falte nenhuma documentação de mercadorias recebidas no dia, a conferir e registrar.

É mantida no setor uma via da ordem de compra para registros e controles de ordens liquidadas e ordens a liquidar. Esses registros e controles incluem :

– recepção por conta de ordens de compra

– entregas efetuadas fora do estabelecimento

– inutilização da referida via, para evitar reutilização.

As mercadorias recebidas são efetivamente contadas na recepção e nos almoxarifados. Para tais casos:

– existem evidências dessas conferências

– existem normas para aceitação ou não, no caso de divergências entre as quantidades recebidas e solicitadas e/ou faturadas.

Sobre o controle de qualidade das mercadorias recebidas:

– é efetuado de forma rápida e precisa, evitando-se demoras não justificadas para liberação das mercadorias

– é efetuada uma adequada segregação física das mercadorias, por ocasião do controle

– existem evidências da execução do controle

– existem normas para aceitação ou não, no caso de má qualidade, má especificação técnica, etc.

3.2 INVESTIMENTOS

Os títulos em carteira, representativos dos investimentos, são custodiados por pessoal independente do que lida com os registros e controles em local seguro e inacessível a terceiros.

Registros subsidiários sobre os investimentos são mantidos por pessoal alheio ao da custódia, sendo conciliados mensalmente com os saldos do razão, por funcionário da contabilidade, de forma evidenciada.

A custódia e registros referidos incluem ações bonificadas, sem registro contábil.

Contagens periódicas dos títulos em carteira são efetuadas por pessoal independente do que lida com os registros e custódia.

Circularizações periódicas são efetuadas sobre as posições dos títulos em poder de terceiros, por pessoal independente do que lida com os registros e custódia.

Os investimentos e baixas são autorizados pela direção, de forma evidenciada.

3.3 IMOBILIZADO

A empresa deve ter um sistema de controle e registro individual dos bens do imobilizado.

O sistema de controle deve prever :

– estabelecimento de responsabilidade funcional sobre os bens locados às várias áreas da empresa

– assinatura de termos de responsabilidade pelos bens locados

– autorização prévia para a movimentação dos bens, interna e externamente

– identificação dos bens mediante sistema de numeração ou codificação (chapas metálicas, impressão, etc.)

O sistema de registro indica:

– identificação e individualização das características dos bens

– localização e movimentação dos bens

– valores de custo ou aquisição, de depreciação e amortização, de correção monetária, de capitalização, residuais e de alienações e baixas

– dados identificativos da documentação suporte

– as taxas de depreciação ou amortização.

Todos os bens da empresa devem trazer plaqueta de identificação. A qual deve obedecer a uma ordem numérica seqüencial, em que a duplicidade de registros não deve existir.

A movimentação de bens entre os vários centros de custos da empresa deve ser disciplinada e formalizada a fim de manter o controle sobre a localização deles.

As contas do razão são balanceadas periodicamente contra o sistema de registro referido, por pessoal da contabilidade.

A definição do que deve ser imobilizado deve seguir os preceitos legais, assim como os métodos de depreciação.

Inventariar periodicamente os bens e o resultado confrontado com os registros individuais e com o razão contábil.

O resultado do balanceamento e confronto mencionados é :

– relatado a pessoal responsável, quanto às faltas constatadas;

– origina ajustes nas posições contábil e subsidiária, com autorizações prévias para o caso das faltas verificadas.

As aquisições ou acréscimos são efetuados:

– mediante ordens de compra devidamente aprovadas;

– mediante cotações de preços ou solicitação de orçamento;

– mediante autorização prévia de pessoal competente para tal, devidamente evidenciada.

Os custos das imobilizações em andamento por conta própria são:

– registrados de forma suficientemente detalhada a permitir determinação adequada, acompanhamento e controle;

– apurados e registrados adequadamente, computando-se na sua formação todos os gastos incorridos (materiais, mão-de-obra e gastos gerais);

– controlados de forma tal que permita a imediata transferência às contas definitivas, quando de sua conclusão.

Nas imobilizações em andamento por conta de terceiros, além dos pontos anteriores, a empresa acompanha a sua execução, no sentido de verificar:

– cotações de preços, orçamentos, ordens de compra, etc.

– efetivo recebimento dos materiais e sua aplicação;

– sobras de materiais, ao final dos trabalhos;

– cronogramas físico-financeiro;

– prestações de contas;

– fundos disponíveis, em caixa ou bancos, mantidos à disposição dos executores dos trabalhos (contagens, conciliações, etc.).

As aquisições são informadas imediatamente, para fins de inclusão em cobertura de seguros.

Existe uma política definida para:

– diferenciar despesas capitalizáveis das não capitalizáveis

– definir montantes e itens que não devam ser imobilizados, inclusive para fins fiscais.

Essa diferenciação e definição ficam evidenciadas na documentação suporte das despesas ou aquisições, por pessoal competente para tal.

– são efetivadas mediante memorandos ou requisições aprovados pela direção

– esses documentos indicam os motivos das baixas e identificam perfeitamente os bens

– são documentadas por notas fiscais, nos casos aplicáveis

– são informadas imediatamente para fins de exclusão em cobertura de seguros.

Os bens não instalados, debitados em despesas ou desativados, incluindo ferramental, são:

– incluídos no sistema de controle e registro subsidiário;

– custodiados adequadamente, mediante termo de responsabilidade;

– entregues para uso mediante requisições.

Registros adequados devem ser mantidos sobre ativos da empresa em poder de terceiros. Na realização do balanço estes ativos também devem ser objetos de contagem física e confirmação de sua existência.

A venda ou baixa de qualquer ativo da empresa deve ser expressa e formalmente aprovada pela Diretoria ou Controladoria.

3.4 DIFERIDO

Sobre as aplicações de recursos em pesquisas e desenvolvimento, reestruturação, modernização e ampliação, etc. existem:

– sistema de autorização e prática de registros e acompanhamento por pessoal técnico

– formação de processos documentais à parte, perfeitamente características das aplicações

– laudos técnicos indicando :

– taxas e prazos de início e término das amortizações respectivas;

– desativação dos projetos, motivos e comunicação para baixas;

– registros subsidiários das aplicações e seu acompanhamento, efetuados por pessoal técnico;

– sistema de informações adequadas e em tempo hábil à contabilidade, para fins de registros.

Os registros subsidiários identificam a natureza e a espécie das aplicações por tipos de projetos.

O processo documental e o sistema de informações referidos anteriormente identificam, para fins de registros contábeis, os dados referidos acima.

As contas do razão identificam adequadamente, no mínimo, as despesas diferidas por sua natureza e espécie.

A contabilidade mantém controle sobre as despesas diferidas, no sentido de:

– balanceamentos mensais contra registros subsidiários;

– identificação daquelas que serão indedutíveis na formação do lucro real, quando computadas no resultado do exercício, via amortização.

3.5 CONTAS A PAGAR

a) Fornecedores

A contabilidade e o setor de contas a pagar estão adequadamente organizados, no sentido de manter as obrigações sob permanente controle e vigilância, quanto a (controles, formulários em uso, n.º de vias e destinação):

– Posições e vencimentos dos títulos;

– Registros adequados, suficientes e em tempo hábil;

– Que evitem pagamentos indevidos, em atraso ou em duplicidade.

Existe um sistema adequado para registro e controle das contas a pagar em geral, especialmente quanto a (descrever como se processa):

– Compras e despesas de menor valor, efetuados fora do alcance dos controles estabelecidos para as principais ou de maior vulto;

– Conferências de preços, quantidades, entradas e consumo, autorizações, etc.

Os registros e controles da contas a pagar são mantidos de forma inacessível ao pessoal ligado a:

– Preparação e emissão de ordens de compra

– Recepção, controle e registro de estoques

– Pagamentos (caixa).

O setor de contas a pagar efetua análises e resumos mensais adequados, indicando:

– Composição dos saldos por títulos em aberto

– Números dos títulos, valores e vencimentos

– Faixas de vencimentos (vencidos e a vencer)

– Portadores dos títulos (em carteira, em cobrança, caucionados, descontados, etc.).

Estas análises e resumos são enviados à contabilidade, para conciliação mensal, sendo investigadas e corrigidas eventuais diferenças existentes, de forma evidenciada.

A documentação da compra é conferida e aprovada para pagamento, quanto às (existem evidências e quem confere e aprova) :

– Quantidade, preços, prazos de entrega e de vencimento, descontos, bonificações ou outras condições, contra a ordem de compra.

– Somas e cálculos, inclusive de impostos e despesas acessórias incidentes

– Relações ou boletins de recepção e destes com as relações da portaria.

Quem efetua a referida conferência é independente de :

– Preparação e emissão de ordens de compra

– Recepção, controle e registro de estoques

– Pagamentos (caixa)

Existe uma política prevendo que, sempre que possível, as obrigações sejam pagas em datas que possibilitem aproveitar os descontos vantajosos por pagamentos antecipados.

Quanto aos adiantamentos a fornecedores :

– a documentação é conferida e aprovada para pagamento (existem evidências de quem confere e aprova)

– são controlados quanto a prazos de liquidação, mesmo que previstos.

São solicitadas confirmações periódicas direta de saldos por funcionário não responsável pelos controles das contas a pagar e pelos pagamentos.

Quanto aos pedidos de confirmação mencionados :

– são efetuados de maneira satisfatória a garantir um bom índice de respostas

– são controlados no sentido de garantir a efetiva expedição

– as divergências ou discordâncias manifestadas nas respostas são investigadas no sentido de conciliação com as posições da contabilidade e de contas a pagar (indicar a data da última conciliação).

São solicitados aos fornecedores exclusivos ou especiais, e às pessoas ligadas, extratos mensais de contas, para fins de conciliação, investigação e regularização de pendências, de forma evidenciada.

b) Outras Contas a Pagar

A contabilidade mantém, sobre as demais contas a pagar:

– revisão mensal, investigando-se contas com saldos antigos, sem movimentação ou devedores

– conciliações mensais com registros mantidos em outros setores da empresa;

– conciliações mensais com extratos de contas de empresas ligadas;

– as referidas revisões e conciliações são evidenciadas e investigadas as diferenças eventualmente apuradas, para regularização.

A contabilidade prepara análises demonstrativas mensais das posições das contas, indicando, por credor ou conta :

– datas, históricos da natureza da operação, números dos documentos, saldos e valores que os compõem

– prazos efetivos ou previstos para pagamento.

Os encargos (juros, correção monetária, variação cambial, etc.) incidentes sobre as contas, por força legal ou contratual, são:

– calculados e conferidos devidamente e mantidas as memórias de cálculos com evidência da conferência

  • reconhecidos contabilmente por regime de competência

  • controlados os juros, atualizações, capital amortizado através de planilhas;

Para suportar os lançamentos nestas contas a contabilidade exige:

– documentação conveniente, devidamente preenchida e assinada pelo beneficiário

– conferência e aprovação por pessoa responsável

– documentação evidenciada quanto aos vencimentos, mesmo que previstos.

Sobre as demais contas a pagar existe sistema de controle no sentido de:

revisão e aprovação por pessoal adequado

– conferência contra documentação adequada e aprovada

– evitar pagamentos indevidos, em atraso ou em duplicidade.

São efetuados pedidos de confirmação direta de saldos e investigadas eventuais discordâncias manifestadas nas respostas (os trabalhos se desenvolvem de acordo com os procedimentos previstos para as contas de fornecedores).

c) Patrimônio Líquido

A empresa conta com departamento ou serviços organizados no sentido de promover e manter atualizados, de forma adequada e em tempo hábil, os processos, registros e informações provenientes das relações com acionistas, financiados de capital e órgãos controladores oficiais (tipos e trabalhos executados, as formas de registros e controles e indique modelos de formulários e uso, n.º de vias e destinação, etc.).

Existe assessoria interna ou externa para a execução dos trabalhos.

O pessoal encarregado dos trabalhos é assessorado convenientemente, inclusive mediante instruções por escrito, quanto a:

– prazos regulamentares para encaminhamento de processos para registros ou prestações de informações exigidas por órgãos oficiais controladores (CVM, BCB, BNH, Bolsa de Valores, Tribunais de Contas, Juntas Comerciais, Cartórios de Títulos e Documentos, etc.)

– prazos regulamentares para registros nos livros exigidos pela lei das SA’s

– retenções de IRF sobre dividendos, prêmios e resgates de partes beneficiárias, debêntures, etc.

Disposições regulamentares sobre dividendos não reclamados (prazos de prescrição, depósitos bancários, etc.).

Disposições regulamentares sobre as formas de cálculo e distribuição de ações proporcionais, frações, direito de preferência de subscrição, abstenção desse direito, prazos, etc.

Disposições regulamentares sobre processos de emissão e registros de ações, debêntures, partes beneficiárias, etc.

Outras normas regulamentares ou internas para funcionamento dos trabalhos, em tudo que se referir à relação da empresa com acionistas, financiadores de capital e órgãos controladores oficiais.

Os documentos, livros, registros, cautelas, ações, debêntures, etc. existentes no departamento, inclusive custodiados ou “virgens”, são mantidos em arquivos e locais adequados que permitam :

– confidencialidade, segurança e proteção contra perdas, extravios, fogo, etc.

inacessibilidade de terceiros, não autorizados

A empresa utiliza-se de processo mecânico para chancela, ações, certificados, debêntures, etc.

– a chave da máquina e as matrizes da assinaturas são mantidas em local seguro, pela pessoa que a opera

– existem cópias das chaves em outros locais e com outras pessoas

– as matrizes com assinaturas de pessoal que deixou a empresa são destruídas, na presença de testemunhas e com lavratura de termos respectivos.

Os registros e informações da companhia nos órgãos controladores oficiais estão em ordem e em dia ( CVM, BCB, Tribunais de Contas, Bolsas de Valores, etc.)

Com respeito aos livros ou registros exigidos pela Lei das SA’s, a empresa:

– utiliza todos os exigidos para o seu caso

– mantém em ordem e atualizados

Existem controles adequados sobre :

– cautelas, ações, certificados, debêntures, etc. . “Virgens”

– autorização para emissão e assinaturas

– emissão em seqüência numérica

– cancelamento, substituição e transformação de ações, cautelas, certificados, etc., de um tipo para outro, ou de títulos, etc.

São efetuadas inspeções periódicas, por pessoal alheio ao departamento ou aos serviços, com evidências em termos adequados.

Quanto a dividendos:

– os cupons pagos são cancelados, para evitar reutilização

-são emitidos recibos específicos, em seqüência numérica.

Os serviços de assessoria externa ou agentes especializados incluem (em caso negativo, avaliar se seria recomendável à empresa):

– emissão e custódia de ações, certificados, debêntures, partes beneficiárias, etc.

– emissão e registro de ações escriturais

– processos de emissão e registro de debêntures, partes beneficiárias e outros, inclusive custódia de cautelas “virgens”, conversão, resgate, pagamento de prêmios, etc.

– emissão, registros e liquidações de cupons de dividendos.

Os saldos individuais do registro de ações nominativas são conciliados periodicamente com o saldo do razão, por pessoal independente daquele que lida com o registro, com evidências adequadas.

Existe um controle adequado sobre ações emitidas sob a forma ao portador.

3. 6 Controles internos sobre pagamentos –Tesouraria

Caixa

Manter Boletim ou outros livros de caixa para suportar o registro das operações do caixa.

Tais boletins ou outros livros de caixa devem conter :

– vistos do caixa responsável

– vistos de aprovação superior

– evidências de conferências de somas e apuração dos saldos

– composição dos valores constantes no caixa: vales, cheques, dinheiro ,etc.

– numeração dos boletins

Os pagamentos efetuados pelo caixa devem estar suportados por documentos hábeis.

Os documentos devem conter:

– visto do responsável que autorizou a realização do gasto

– visto do responsável que autorizou o pagamento

– carimbo de¨PAGO¨, com o objetivo de evitar futuras reapresentações do mesmo documento.

Efetuar revisões internas das operações de caixa.

Efetuar contagem diária dos fundos por funcionários alheios ao caixa, com evidências adequadas, tais como termo de conferência de caixa, devendo ser assinados pelos funcionários que participaram da contagem.

Efetuar contagem de surpresa dos fundos por funcionários alheios ao caixa, com evidências adequadas.

As funções do Caixa devem ser limitadas às específicas de caixa. O funcionário não pode ter outra atividade na empresa.

O acesso do caixa deve ser vedado aos registros contábeis e das contas de clientes.

O caixa deve tirar férias regularmente, assim sendo outra pessoa o substitui. É um forte indício de fraude quando o Caixa não é substituído por outra pessoa, ou seja, é insubstituível.

A custódia de cheques pré-datados e outros títulos a receber de valor devem ser de responsabilidade de funcionário alheio ao caixa.

Caso a empresa possua máquinas autenticadoras, estas devem ser controladas por pessoal alheio à área de caixa, quanto a:

– custódia das chaves de acionamento

– autorização para abertura e fechamento

– autorização para estornos, ajustes, etc.

– utilização de bloqueadores, senhas, contadores, acumuladores, etc.

Formular normas por escrito quanto ao funcionamento do caixa.

Local adequado de instalação do caixa, quanto a:

– funcionabilidade

– proteção (guarda, trânsito de numerário interna e externamente e inacessibilidade de terceiros).

Medidas de segurança quanto a roubo e fogo.

Elaborar regulamento para os pagamentos efetuados por caixa.

Bancos

Os sistemas de pagamentos evitam que os mesmos sejam consumados sem conferência e aprovações prévias e obedecidos os esquemas de autorizações e assinaturas de cheques. Tendo em vista, que já foram efetuados todos os procedimentos anteriores de controle interno: requisição da compras e aprovação da requisição de compras (necessidade), ordem de compra (cotações de preços) e autorização da compra, recepção da mercadoria e encaminhamento para o Contas a Pagar.

Jamais o responsável pela tesouraria deve autorizar o pagamento (a autorização do pagamento deve ser feita por pessoa independente da tesouraria).

O estoque de talões de cheques e os talões em uso devem ser controlados e inspecionados, de maneira evitar sua utilização indevida, bem como os talões devem ser mantidos em cofre, com acesso restrito.

É proibida a assinatura de cheques em branco.

É proibida a assinatura de cheques ao portador.

Os cheques para reembolso ou suprimento são emitidos sob a forma nominal ao caixa.

Os cheques devem ser cruzados antes de serem encaminhados para assinatura.

Os cheques são emitidos com cópias e estas deverão:

– conter as rubricas dos assinantes dos cheques

– conter as destinações adequadas da finalidade da emissão dos cheques.

Os cheques serão emitidos em seqüência numérica

– rasgados nos espaços das assinaturas quando cancelados

– conservados a fim de controle da seqüência numérica.

A documentação suporte de pagamento deve ser controlada e:

– apresentada junto aos cheques encaminhados para assinatura

– revisada pelos assinantes dos cheques, com evidências dessa revisão

– cancelada adequadamente para evitar reapresentação (apor carimbo ou inscrição equivalente que o documento já foi pago, para não ser novamente apresentado para cobrança).

O cancelamento da documentação, antes referido, deve ser efetuado pelos próprios assinantes dos cheques ou na sua presença.

Os cheques emitidos para pagamentos em geral, inclusive para depósitos, suprimentos de caixa, etc. deverão ser:

– assinados por duas pessoas

– assinados mediante sistema atribuído em função de valores (por um diretor, por um procurador; por um diretor e um procurador; por dois procuradores; por dois diretores).

Os cheques devem ser entregues diretamente ao recebedor, sem intermediações de outras pessoas.

Quando os cheques forem emitidos para o pagamento de várias contas, deve constar no seu verso e na cópia de cheque a especificação das mesmas.

Quando a assinatura dos cheques é feita mecanicamente verifica se:

– é recomendável à empresa tal processo

– existem controles satisfatórios sobre as matrizes das assinaturas.

Utilizar o fundo fixo de caixa na empresa, observando o seguinte:

– os fundos devem ser mantidos em níveis aceitáveis ou razoáveis às necessidades da empresa;

– os fundos estão sob a responsabilidade do caixa;

– fixar limite para pagamentos em dinheiro;

– os adiantamentos, inclusive para despesas, serão previamente autorizados por funcionários responsáveis;

– emitir e assinar adequadamente os recibos ou vales para posterior apresentação dos documentos de despesa;

– Definir de prazos para liquidação ou prestação de contas e de adiantamento de viagens.

É vedado ao caixa descontar cheques de funcionários ou terceiros a não ser mediante:

  • autorização previamente por pessoal responsável.

Não efetuar pagamentos em dinheiro, exceto caixa pequeno (fundo fixo) que é constituído para pagar pequenos valores.

Segregação de funções:

  • preparação de cheques ( Tesouraria)

  • aprovação de despesas ( Diretor Operacional ou Responsável)

  • assinatura de cheques ( Diretor Financeiro + Procurador).

Todo pagamento deve ser precedido de análise adequada:

  • certificar-se de que a documentação suporte seja adequada e legal.

  • Confirmar o recebimento efetivo das mercadorias e serviços

  • Verificar se os preços e valores pagos estão corretos

  • Atentar para as vantagens ou não aproveitar descontos oferecidos

  • Classificação correta das contas de despesas.

O pagamento de quaisquer despesas, mesmo as decorrentes de instrumentos contratuais, deve ser precedido por análise adequada pelos departamentos responsáveis.

O número de assinaturas e as pessoas autorizadas a assinar documentos devem constar em documentos legais (procurações, alterações contratuais). O desligamento de funcionários com tais poderes faz-se necessário cancelar as atribuições dos mesmos.

Depois de pagos, todos os documentos devem ser inutilizados, a fim de evitar sua reapresentação.

Os cheques, depois de assinados, não devem retornar às pessoas que os prepararam.

Adequados controles devem existir sobre a cobrança e dedução referentes à devolução de mercadorias aos fornecedores. Procedimentos de checagem das pendências devem ser adotados.

Aprovação para pagamentos de despesas deve obedecer a limites estabelecidos conforme diversos níveis hierárquicos. O departamento de contas a pagar deve estar ciente dos limites estabelecidos; e efetuar as checagens devidas.

O processo de assinatura de borderôs de pagamentos deve ser o mesmo adotado para a assinatura de cheques. Não deve haver espaços em branco nos borderôs preenchidos. Estes devem também ser objetos de análise de quem os assina, e devem ser cancelados ( carimbo de PAGO) no pagamento. Procedimentos devem ser adotados para certificar-se de que somente pagamentos aprovados são efetuados.

Outras considerações sobre Bancos

Todas as contas bancárias ou procuradores estão devidamente:

– autorizados pela direção

– registradas no razão geral ou em razões auxiliares

– abertas em nome da empresa.

Os bancos são oficial e imediatamente informados quanto aos procuradores que deixam a empresa.

Os extratos bancários recebidos são entregues diretamente ao responsável pelas conciliações bancárias.

Os serviços de conciliações bancárias são :

– efetuados mensalmente e mantidos de forma atualizada

– elaborados por funcionário que não intervém na preparação, aprovação ou assinatura de cheques nem no manuseio do numerário

– preparados em formulários adequados, indicando natureza, idade e datas de regularização das pendências .

Evidências de que foram seguidos os seguintes procedimentos quanto à mecânica no preparo e acompanhamento das conciliações:

– conferência dos saldos transportados dos extratos anteriores para os atuais?

– somas dos extratos bancários e apuração de saldos, mesmo que numa base de testes

– somas das conciliações bancárias

– providências no sentido de eliminar as pendências o mais prontamente possível

– comparação de datas dos registros nos extratos e na contabilidade

– exame dos extratos quanto à possibilidade de eventuais rasuras ou emendas

Toda conta bancária deve ser previamente autorizada pela Diretoria, e todas as contas devem ter sua finalidade justificada.

Não deverão ser mantidas contas bancárias inativas.

Os funcionários com alta responsabilidade sobre numerários devem estar afiançados e cobertos por seguro e também devem gozar suas férias anualmente, sendo suas funções exercidas por pessoal substituto.

A responsabilidade de recebimento de depósitos de valores deve estar centralizada no menor número possível de pessoas, e as funções devem estar segregadas.

Deve haver registros independentes da contabilidade na Tesouraria, sobre títulos e valores mantidos no departamento, e periodicamente deve haver um procedimento de contagem e conciliação com a contabilidade.

Todo e qualquer empréstimo bancário deve se aprovado pela Diretoria.

Deve ser elaborada procuração que especifique detalhadamente quem são as pessoas com poderes de assinatura em nome da empresa, e quais seus limites. Somente assinaturas em conjunto devem ser usadas acima de certo limite, e sempre os dois níveis hierárquicos mais altos disponíveis no momento devem assinar. Cada pessoa autorizada deve ter uma cópia desta procuração.

Adiantamentos a funcionários ou a terceiros devem ser feitos mediante um formulário apropriado em que as aprovações dos níveis gerenciais adequados fiques evidenciadas.

3.7 CONTROLES INTERNOS DA PRODUÇÃO

1. SEQÜÊNCIA DE CONTROLES INTERNOS DA PRODUÇÃO

    1. PROGRAMAÇÃO DE PRODUÇÃO

Programação de Produção Mensal ou para um determinado período:

  • a Diretoria de Produção, Diretoria Geral, Diretoria de Vendas, através de índices confiáveis determinam qual será a produção do mês.

  • através da Programação de Produção, O Setor de Produção informa, ao Estoque de Matérias-Primas , a quantidade de matéria-prima a ser consumida no mês ou no período. O Estoque de matérias-primas por sua vez, emite a requisição de compra das matérias-primas ao Setor de Compras.

1.2 ORDEM DE PRODUÇÃO

A Ordem de Produção deve ser autorizada pela Administração da empresa ou se existindo a Programação Mensal de Produção, serve esta como autorização.

Deve conter:

  • data

  • numeração seqüencial

  • quantidade a ser produzida e especificações do produto a ser produzido

  • autorização do Diretor de Produção, responsável pelo Setor, além da autorização citada acima

  • Relação das matérias-primas a serem consumidas, previsão de horas a serem utilizadas ( Mão-de-Obra Direta), entre outros

  • Apontamento de matérias-primas e horas gastas realmente gastas na produção.

1.3 REQUISIÇÕES DE MATERIAIS

Aberta a ordem de produção, os funcionários farão as requisições de matérias-primas ao Almoxarifado, devendo constar o seguinte na requisições:

  • data

  • numeração seqüencial

  • constar o número da Ordem de produção, pois o sistema vai baixar o custo para a respectiva Ordem de Produção

  • dados e quantidades da matéria-prima requisitada

  • autorização do responsável pelo Setor

  • assinatura do funcionário requisitante

1.4 CONTROLE DE PERDAS

Em cada produção, a empresa deve ter conhecimento do percentual de perda de matéria, acompanhando esse índice, buscando cada vez mais aprimorar a produção e desperdiçar menos material.

Através de estatísticas do Setor de Produção, procurar implementar vez por vez novos procedimentos que visem evitar desperdício.

1.5 ESTOQUES DE PRODUTOS ACABADOS

Após a fabricação do produto é dado entrada da ordem de produção no Estoque de Produtos Acabados, o qual faz parte do Setor de Produção.

As baixas são efetuadas mediante o faturamento.

São aplicadas as mesmas regras de controle do almoxarifado e do Estoque de Matérias-Primas.

1.6 AUDITORIA INTERNA E EXTERNA

Verificação se os procedimentos estão sendo realizados como estipulados e sem a ocorrência de erros e fraudes.

3.7 CUSTOS

a) Compras

A função de compras é definida como obtenção dos recursos necessários pelo melhor preço, na melhor quantidade, no tempo certo e no lugar certo, observando-se as exigências de qualidade.

Todas as compras da empresa, exceto as de pequenos itens pagos pelo fundo de caixa, devem ser efetuadas com a emissão de uma ordem de compras formal. Cada ordem de compra deve ser suportada por uma requisição de material devidamente aprovada por pessoas autorizadas. Exceções e esta regra devem ser expressamente aprovadas por escrito pela Diretoria.

A autoridade de assinar uma ordem de compra deve estar formalizada e obedecer a limites de valor, conforme os níveis hierárquicos, e de acordo com as determinações da Diretoria.

Uma ordem de compra não deve nunca ser emitida após o fato ter-se consumado, ou seja, após a compra já ter sido efetuada.

No mínimo três cotações de diferentes fornecedores devem ser obedecidas, para compras em que os valores e quantidades envolvidas sejam substanciais.

A coleta de novas cotações de preços de itens de compra contínua deve ser efetuada de acordo com a periodicidade estabelecida pela Diretoria da área.

Os processos de seleção de cotações devem ser documentados e arquivados de maneira adequada para eventual revisão posterior pela administração e auditoria interna.

Decisões de escolher outro fornecedor que não o mais competitivo devem ser suportadas e aprovadas devidamente.

Os contatos com os fornecedores de materiais, tanto diretos como indiretos, devem ser feitos pelo pessoal de compras, e nunca diretamente pelos departamentos usuários.

Adequado controle seqüencial deve ser exercido no arquivamento de Requisições e Ordem de Compra. Tais formulários devem ser pré-numerados e um controle apropriado exercido sobre os estoques em branco.

Deve existir um sistema adequado que registre os recebimentos parciais nas ordens de compra em aberto, dando baixa e trazendo o saldo atualizado.

Ajustes de preço solicitados pelos fornecedores devem ser previamente analisados e aprovados pelos níveis competentes. Relatórios mensais devem ser extraídos do sistema mostrando as alterações de preço do período.

A gerência de compras deverá certificar-se de que foram processados somente ajustes de preço devidos e previamente aprovados. Estes relatórios devem trazer evidência de revisão (visto do gerente), e devem ser arquivados.

As diferenças entre as condições efetivamente negociadas com os fornecedores e as condições reais das compras devem ser devidamente analisadas pelos níveis apropriados, e ação corretiva cabível deve ser tomada.

A gerência de compras deverá analisar as diferenças de preço, quantidade e condições de pagamento ocorridas no recebimento de mercadorias, mediante relatórios, obtidos do sistema. Tal análise deverá ser evidenciada pelo visto do gerente.

Antes de pagas, as contas de fretes sobre compras devem ser analisadas adequadamente pelo departamento, a fim de verificar sua exatidão em confronto com as condições contratadas.

A inclusão ou exclusão de um fornecedor no arquivo de fornecedores autorizados deve efetuar-se por meio de um processo formal devidamente aprovado pela Gerência de Compras.

Dentro das possibilidades, deve existir um rodízio dos compradores em suas várias áreas de compras, no departamento.

Toda alteração de dados das ordens de compra deve ser formalmente aprovada pelos níveis hierárquicos adequados, antes de efetivada.

A função de desenvolvimento de novos fornecedores deve questionar continuamente a possibilidade de fornecedores alternativos.

Não devem ser permitidas compras de itens pessoais, para uso dos funcionários, pelos canais de compras da empresa.

As vantagens ou não de centralizar a compra de certas matérias-primas para abastecimento das várias fábricas devem ser avaliadas formalmente.

Fornecedores exclusivos só devem existir em conseqüência das exigências de qualidade, e devem estar suportados por estudo formal do Departamento de Engenharia de Produtos, e aprovado pelo nível gerencial.

Devoluções de materiais, ou quaisquer alterações que implicam deduções de valores a favor da empresa devem ser devidamente informadas ao Departamento de Contas a Pagar

Deve ser evitada a formação de estoques de materiais a serem devolvidos aos fornecedores, nas dependências das empresas de transportes.

A compra de serviços deve ser suportada por coleta e análise de preços de vários fornecedores, sempre que aplicável. Quando não houver cotação de preços, a escolha de determinado fornecedor deve ser aprovada pelo nível gerencial.

Os contratos de serviço devem ser analisados e aprovados previamente pelo Departamento Jurídico antes de efetivados.

A função de compras indiretas deve ser suportada por uma relação das pessoas autorizadas a requisitar materiais.

b) Recebimento de Mercadorias

As funções de recebimento de mercadorias devem fazer parte da organização responsável pelo controle da produção e materiais, e deverão estar separadas das funções de compras e contas a pagar.

O pessoal do recebimento deve proceder à análise dos materiais e documentos, a fim de determinar se as condições deles estão de acordo com as ordens de compra

Ação corretiva adequada à função de compras e ao fornecedor deve ser tomada sobre divergências acusadas no recebimento, em tempo hábil.

As inspeções de qualidade devem ser adequadas e criteriosas suficientemente para proteger os interesses na empresa.

Os procedimentos sobre a manutenção do material, rejeitado na empresa, devem ser adequados a fim de preservar os direitos de ressarcimento pelo fornecedor.

Quaisquer variações nos materiais recebidos devem ser evidenciadas.

Parâmetros de aceitação de variações mínimas ( para cima e para baixo) devem ser definidos pelos níveis gerenciais.

Cópias das Ordens de Compra emitidas pelo sistema devem ser enviadas ao Departamento de Contas a Pagar, e checagens devem ser efetuadas antes do seu pagamento, ou pro via de sistema, quando aplicável.

O recebimento de todo e qualquer material deve ser centralizado, salvo exceções aprovadas pela Direção.

Todo recebimento de material deve ter seu registro efetuado quando da passagem pela portaria.

A área física da função de recebimento deve estar devidamente segregada das outras áreas.

c) Sistema de Custos

Manter sistema de custos uniforme, consistente e padronizado na máxima extensão possível, com critérios emanados da matriz.

Preencher os requisitos exigidos pelas leis nacionais, e pelos princípios de contabilidade geralmente aceitos.

Fornecer dados consistentes na determinação dos valores do inventário, dos resultados da empresa, e para a elaboração de relatórios gerenciais.

Fornecer dados consistentes e ágeis, para as áreas de marketing e vendas, para determinação dos preços dos produtos finais.

Registrar e fornecer dados para um adequado controle dos custos, e para a tomada de decisões na otimização dos recursos existentes.

O sistema de custos deve estar integrado com a contabilidade da empresa.

O sistema deve oferecer aos órgãos governamentais dados consistentes para pleitear possíveis aumentos de preços.

Os métodos de avaliação de custos devem ser definidos pela Controladoria e seguirão as determinações da administração em conjunto com as normas da empresa, e em sintonia coma legislação local.

3.8 DESPESAS

a) Despesas de viagens

Adiantamentos a funcionários devem ser efetuados pro meio de um formulário apropriado que traga aprovação formal dos níveis gerenciais adequados.

O acerto de despesas de viagens deve ser efetuado de imediato, até três dias após o término da viagem.

A empresa deve evitar efetuar adiantamento de viagens sempre que possível, adotando o reembolso imediato das despesas apresentadas pelo funcionário, e incentivando o uso do cartão de crédito empresarial ou do próprio funcionário.

O preenchimento dos Relatórios de Viagens e o processamento das despesas de viagens devem seguir os procedimentos emanados da Controladoria e aprovados pela Diretoria.

Periodicamente, as posições de saldos e despesas de viagens dos funcionários devem ser reconciliadas e, anualmente, confirmadas por eles, formalmente.

É política da empresa padronizar os hotéis a serem usados pelos funcionários em viagens. A fim de manter acordos com as redes hoteleiras e extrair daí os descontos possíveis.

A emissão de Cartão de Crédito da empresa para um funcionário deve ser preenchia por autorização expressa e formal da Controladoria e da Diretoria.

Deve existir um controle centralizado sobre a utilização de cartões de crédito da empresa sob responsabilidade do Controller.

Os cartões de crédito em nome da empresa não deverão ser usados para pagamento de contas pessoais, mesmo com reembolso posterior.

As posições individuais dos funcionários, usuários de cartões de crédito da empresa, devem ser reconciliadas periodicamente.

O uso de cartões de crédito da empresa deve ser suportado formalmente por recibos adequados e originais. A baixa da conta do funcionário só deve ocorrer mediante a apresentação da documentação e relatório de despesas.

Quando do desligamento de um funcionário usuário de cartão de crédito da empresa, deve ser exercido controle sobre seu cancelamento prévio.

b) Despesas de Marketing

O departamento de Marketing deve elaborar um planejamento estratégico de marketing em curto e em longo prazo.

As relações da empresa com as agências de publicidade e propaganda devem ser definidas em instrumento contratual.

Para os serviços prestados pelas agências de publicidade, cotações de preço devem periodicamente ser obtidas, respeitadas as exigências de qualidade e considerações da Diretoria.

A distribuição de brindes deve ser controlada adequadamente e, quando se tratar de itens valioso, registros de controle devem ser mantidos. A gerência deve certificar-se da existência de controles físicos adequados sobre os seus estoques.

Deve existir uma interação adequada com a função de programação da produção, no sentido de otimizar a comunicação das necessidades e alterações de mercado, no tempo adequado.

A existência de estoques de produtos na área de Marketing deve ser evitada.

As contas referentes a serviços prestados pelas agências de publicidade devem ser analisadas adequadamente antes de seu pagamento, assim como todas as despesas de serviços.

Os programas e promoções de venda de produtos devem ser submetidos e aprovados previamente pela Diretoria de Marketing.

Os vínculos de concessões de representação aos distribuidores devem ser definidos em instrumento contratual antes do início das operações. As novas concessões devem ser precedidas por análises formais e aprovadas pela Diretoria.

As condições e o tratamento oferecidos aos distribuidores devem ser eqüitativos, obedecendo às políticas emanadas pela Diretoria.

c) Controle orçamentário

É de responsabilidade da gerência de cada departamento certificar-se de que os lançamentos de despesas ao seu Departamento são realmente de sua competência. A análise efetuada deve ser evidenciada de forma apropriada.

Os pedidos de lançamentos de reclassificação de despesas pelos departamentos devem ser emitidos por escrito e aprovados no mínimo pelo nível de supervisão.

A análise do excesso de despesas em comparação ao orçado deve ter efetuada e investigada sua causa, para ações corretivas cabíveis e obtenção de base de informações.

É de responsabilidade das gerências departamentais a análise das possibilidades de redução de custos dentro de seus departamentos.

As contas telefônicas devem ser analisadas pelos departamentos usuários. O uso dos telefones e internet deve ser restrito aos assuntos de interesse da empresa, e controlado efetivamente.

DESCRIÇÃO DAS ATRIBUIÇÕES DA AUDITORIA INTERNA domingo, set 7 2008 

A moderna postura da auditoria interna, qual seja a de ação a nível de assessoria gerencial à alta administração das empresas, com atuação sistêmica nos incontáveis ramos do fluxo de informações não é encontrado nas descrições que temos visto.

Em várias ocasiões, temos a oportunidade de ler descrições de atribuições de auditores internos em pesquisas assinadas por entidades renomadas nesse ramo, utilizadas por muitas empresas como subsídio à sua política pessoal.

A simples leitura dessas atribuições leva ao entendimento de que a atuação dos auditores internos tem o enfoque ainda hoje, de policiamento de fraudes, fiscalização de cumprimento de normas, conferência de despesas e verificação de documentos comprobatórios. Ainda mais: em boa parte das descrições, o trabalho do auditor interno parece restrito ao campo contábil.


O objetivo final dos modernos auditores internos, que é a formação de opinião a respeito de critérios, procedimentos, métodos de quantificação, tempo gasto nas operações, etc.; não é destacado.

A procura de pontos de simplificação, de racionalização de custos de segurança nas informações para fins decisórios, sequer são mencionados.

A busca de irregularidades, a constatação de divergências e a identificação e apuração de fraudes e desvios aparecem, geralmente identificadas como objetivos primeiros dos auditores internos.

Além destas distorções conceituais e de postura, a situação fica mais difícil quando procuramos descrições das atribuições por níveis de auditores internos.

As atribuições de auditores internos juniores, plenos, seniores, supervisores ou gerentes apresentam-se quase sempre incompletas.

Sem a pretensão de fixar lei, parece-nos oportunos apresentar a nossa versão das atribuições dos níveis mais comuns de auditores internos:

6.3.1 – Auditor Junior

· Executa passos mais simples do programa de trabalho;

· Coleta e anota dados nos Papéis de Trabalho, conforme orientação e atribuição dos Auditores Pleno e Sênior;

· Procede ao levantamento de procedimentos simples e elabora Papel de Trabalho descritivo ou fluxografado;

· Elabora sumário de volumes destinados à quantificação de amostras a serem selecionadas nos testes do trabalho;

· Executa testes simples com base em programa de ação desenvolvendo pelos auditores pleno e sênior, realizando verificações em documentos, saldos de contas, bens e valores em operações que estão sendo auditadas, etc.;

· Obtém, e posteriormente devolve às áreas auditadas, documentos necessários à realização dos testes de auditoria;

6.3.2 – Auditor Pleno

· Recebe supervisão do Auditor sênior em suas atividades, seja de levantamento de procedimentos, definição ou execução de testes de validação e transacionais;

· Acompanha atuação do auditor Júnior, visando sincronia de atividade;

· Auxilia auditor sênior na definição de programa de ação, a partir do que está estabelecido no programa Anual de Auditoria Interna;

· Elabora levantamento de procedimentos e confecciona Papel de Trabalho correspondente, na forma descritiva ou fluxografada;

· Executa testes de validação e de transação de acordo com programa de ação estabelecido;

· Emite pareceres intermediários a respeito de enfoques examinados;

· Estabeleça a adoção de plano de amostragem, aplicada ao sumário de volume;

· Observa o cumprimento de normas, procedimentos internos e determinações legais nos enfoques examinados;

· Formula recomendações a nível de Papel de Trabalho, com relação a pontos de racionalização, simplificação, fortalecimento do controle interno, segurança das informações, irregularidades ou divergências observadas nos enfoques examinados;

· Auxilia auditor sênior na avaliação de desempenho do auditor júnior;
(…)

MODALIDADES DE AUDITORIA INTERNA domingo, set 7 2008 

A Auditoria Interna, visando adequar a essas novas necessidades desenvolveu Modalidades de Auditorias, que sucintamente podemos assim catalogar:

4.1 – Auditoria Contábil e Financeira

Visa assegurar a autenticidade das demonstrações financeiras da empresa, através da avaliação dos procedimentos e controles contábeis e respectiva aderência aos princípios contábeis geralmente aceitos.

4. 2 – Auditoria Operacional

Visa melhorar a eficiência dos sistemas operacionais, bem como minimizar custos, através da avaliação quanto aderência aos objetivos traçados pela Direção da empresa e verificação dos controles e procedimentos aplicados.

4.3 – Auditoria Fiscal

Visa assegurar se os controles internos são eficientes para assegurar um bom relacionamento entre fisco e o contribuinte, buscando a maior otimização na aplicação da legislação fiscal, evitando-se possíveis contingências com passivos tributários, trabalhistas e previdenciários.

4.4 – Auditoria Gestional

Trata-se da aplicação de procedimentos de auditoria onde o fator sistêmico assume uma importância secundária, ficando concentrada nos resultados obtidos em cada sistema.

Nesta linha de atuação, a ação da auditoria gestional tem como enfoque preponderante as análises sobre fatores como custo/ benefício, riscos e processo decisório dos administradores.

4.5 – Auditoria em Sistemas e Processamento Eletrônico de Dados.

Convencionada como auditoria “através de computador”, sua sistemática vem sendo orientada para avaliar a amplitude do controle interno contido no Sistema de PED, aquilatar o grau de segurança quanto à completabilidade confidencialidade, qualidade e eficiência dos dados processados e, ainda, a avaliação prévia de sistemas em fase de implantação ou implantados.

4.6 – Auditoria Trabalhista

Tem por objetivo prevenir irregularidades e possibilidades de desvios, erros e fraudes na área trabalhista, evitando punições do fisco e os problemas gerados por ações propostas tanto na Justiça do Trabalho quanto na Cível.

4.7 – Outras Auditorias

São todos os outros tipos de auditorias, que atendem particularidades das empresas, como por exemplo, Auditoria Técnica, onde existem grandes obras; Auditoria de Qualidade Industrial, onde haja necessidade de avaliar o conjunto geral das atividades da qualidade a fim de preservar o Sistema de Qualidade, impedindo a sua degradação.

Como podemos notar, a auditoria interna, “dita moderna”, evolui consideravelmente daquelas suas atividades básicas (finanças e administração), fundindo-as e explorando outras atividades paralelas, com um evidente processo profissional. Essa crescente profissionalização da carreira de auditor interno, a par da grande necessidade de se manter controles internos adequados e de assegurar independência de julgamento fez com que a moderna auditoria interna se tornasse um órgão de apoio e assessoria, não só da alta administração, bem como das Diretorias Executivas e Gerências.

Diferenças básicas entre a Auditoria Interna e a Auditoria Externa quarta-feira, ago 27 2008 

De forma global, o trabalho executado pela Auditoria Interna é idêntico aquele executado pela Auditoria externa. Ambas realizam seus trabalhos utilizando-se das mesmas técnicas de auditoria; ambas têm sua atenção voltada para o controle interno como ponto de partida de seu exame e formulam sugestões de melhorias para as deficiências encontradas, ambas modificam a extensão de seu trabalho de acordo com as suas observações e a eficiência dos sistemas contábeis e de controles internos existentes.

Entretanto, os trabalhos executados pelos Auditores Internos e Externos têm suas diferenças básicas caracterizadas por:

Auditoria Interna

Auditoria Externa

. A auditoria é realizada por um funcionário da empresa

. A auditoria é realizada através de contratação de um profissional independente

. O objetivo principal é atender as necessidades da administração

. O objetivo principal é atender as necessidades de terceiros no que diz respeito à fidedignidade das informações financeiras

. A revisão das operações e do controle interno é principalmente realizado para desenvolver aperfeiçoamento e para induzir ao cumprimento de políticas e normas, sem estar restrito aos assuntos financeiros

. A revisão das operações e do controle interno é principalmente realizado para determinar a extensão do exame e a fidedignidade das demonstrações financeiras

. O trabalho é subdividido em relação às áreas operacionais e às linhas de responsabilidade administrativa

. O trabalho é subdividido em relação às contas do balanço patrimonial e da demonstração do resultado

. O auditor diretamente se preocupa com a detecção e prevenção de fraude

. O auditor incidentalmente se preocupa com a detecção e prevenção fraudes, a não ser que haja possibilidade de substancialmente afetar as demonstrações financeiras

. O auditor deve ser independente em relação às pessoas cujo trabalho ele examina, porém subordinado às necessidades e desejos da alta administração

. O auditor deve ser independente em relação à administração, de fato e de atitude mental

. A revisão das atividades da empresa é contínua

. O exame das informações comprobatórias das demonstrações financeiras é periódica, geralmente semestral ou anual.

Auditoria Interna domingo, maio 25 2008 

Autor:
JORGE LUIZ ROSA DA SILVA e outros

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
2. CONCEITO DE AUDITORIA INTERNA
3. AMBIENTE DE ATUAÇÃO DA AUDITORIA INTERNA
4. EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA AUDITORIA INTERNA
5. TIPOS DE AUDITORIA INTERNA
5.1 Auditoria na Área Contábil
5.2 Auditoria na Área Operacional
5.3 Auditoria de Gestão
5.4 Auditoria de Sistemas Informatizados
5.5 Auditoria da Qualidade
5.6 Auditoria Ambiental
6. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO DEPARTAMENTO
6.1 Chefia da Auditoria
6.2 Supervisor de Auditoria
6.3 Auditor Sênior/Pleno
6.4 Auditor Júnior
7. AUTONOMIA PROFISSIONAL
8. POSICIONAMENTO E SUBORDINAÇÃO
9. FRAUDE E ERRO
10. RELATÓRIO DE AUDITORIA INTERNA
10.1 Importância
10.2 Tipos de Relatórios
11. RELACIONAMENTO TÉCNICO-PROFISSIONAL COM OS AUDITORES
INDEPENDENTES
12. GARANTIA DE QUALIDADE E EXCELÊNCIA PROFISSIONAL NO TRABALHO DA
AUDITORIA INTERNA
13. ASPECTOS RELATIVOS AO CONTROLE INTERNO E EXTERNO NA ÁREA PÚBLICA
ANEXOS
RESOLUÇÃO CFC Nº 780
NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE NBC T 12 – DA AUDITORIA INTERNA
RESOLUÇÃO CFC Nº 781
NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE NBC P 3–NORMAS ROFISSIONAIS DO
AUDITOR INTERNO

1. INTRODUÇÃO

Buscando preencher lacuna de informação existente na classe contábil, a Comissão de Estudos de Auditoria Interna do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul preparou este material relativo à auditoria interna. A tarefa foi desempenhada pelos Contadores Jorge Luiz Rosa da Silva, José Carlos Colombo Aresi e Zulmir Ivânio Breda. Nosso objetivo é transmitir aos leitores o entendimento do que é auditoria interna, qual seu ambiente de atuação, quais os parâmetros definidos para o exercício profissional, posicionamento, subordinação e independência. Em complemento, quais são os tipos de auditoria interna praticados, os aspectos relativos ao controle interno e externo, bem como a legislação específica aplicável, tanto na empresa privada, como na estatal. Finalizando, tratamos do relatório, da estrutura organizacional, do relacionamento técnico-profissional com os auditores independentes e da garantia de qualidade e excelência profissional do trabalho da Auditoria Interna.
Não temos a pretensão de esgotar o assunto, sendo nossa intenção, isto sim, complementá-lo oportunamente, quer mediante outro livro, quer por meio de treinamento específico na área.

2. CONCEITO DE AUDITORIA INTERNA
Podemos conceituar auditoria interna como um controle gerencial que funciona por meio de medição e avaliação da eficiência e eficácia de outros controles. Deve ser entendida como
uma atividade de assessoramento à administração quanto ao desempenho das atribuições
definidas para cada área da empresa, mediante as diretrizes políticas e objetivos por aquela
determinados.
A auditoria interna cumpre um papel fundamental na empresa: subsidia o administrador
com dados e informações tecnicamente elaborados, relativos às atividades para cujo
acompanhamento e supervisão este não tem condições de realizar; e ela o faz mediante o exame
da:
a) adequação e eficácia dos controles;
b) integridade e confiabilidade das informações e registros;
c) integridade e confiabilidade dos sistemas estabelecidos para assegurar a observância
das políticas, metas, planos, procedimentos, leis, normas e regulamentos, e da sua
efetiva aplicação pela empresa;
d) eficiência, eficácia e economicidade do desempenho e da utilização dos recursos; dos
procedimentos e métodos para salvaguarda dos ativos e a comprovação de sua
existência, assim como a exatidão dos ativos e passivos; e
e) compatibilidade das operações e programas com os objetivos, planos e meios de
execução estabelecidos.

03. AMBIENTE DE ATUAÇÃO DA AUDITORIA INTERNA
Não deve haver limitação, no âmbito da empresa, para atuação da auditoria interna. O
auditor interno deve ter acesso a todas as áreas e informações, terreno no qual e para o qual
desenvolverá seu trabalho. Naquelas áreas cuja tecnologia desconhece, no todo ou em parte,
deve ele assessorar-se de profissionais habilitados, a fim de entender o processo, para poder
avaliá-lo e julgá-lo, possibilitando, assim, que seu relatório seja emitido corretamente. Podemos
exemplificar esta condição com referência a um trabalho desenvolvido numa área de Produção.
Neste caso, o auditor interno se assessorará de um engenheiro, qualificado tecnicamente para,
quando solicitado e autorizado pela Diretoria, julgar determinada operação ou opinar sobre ela.
Deve, ainda, prestar total apoio ao Conselho de Administração e ao Conselho Fiscal da entidade,
bem como, se em empresa estatal, coordenar e controlar o atendimento ao Tribunal de Contas e
aos órgãos de Controle Interno.
Os sistemas de controle não se limitam às áreas contábil e financeira, mas englobam os
planos da organização e todos os métodos usados para proteger seus ativos, verificar a exatidão
e fidedignidade de suas informações contábeis, financeiras, administrativas e operacionais, e
promover a eficiência e eficácia operacional, bem como estimular a observância de normas e
diretrizes da administração, inclusive no âmbito das empresas controladas e coligadas.
A função básica da auditoria interna, de assegurar o sistema de controle interno eficaz,
não desobriga os executivos das responsabilidades de verificação e controle nos seus respectivos
setores.

4.EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA AUDITORIA INTERNA
Em 24 de março de 1995, o Conselho Federal de Contabilidade emitiu a Resolução 780,
definindo:
as Normas Brasileiras de Contabilidade Relativas à Auditoria Interna (NBC T 12), divididas em:
a) Conceituação e Disposições Gerais;
b) Normas de Execução dos Trabalhos; e
c) Normas Relativas ao Relatório do Auditor Interno;
e as Normas Profissionais do Auditor Interno (NBC P 3), divididas em:
a) Competência Técnico-Profissional;
b) Autonomia Profissional;
c) Responsabilidade do Auditor Interno na Execução dos Trabalhos;
d) Relacionamento com Profissionais de Outras Áreas;
e) Sigilo; e
f) Cooperação com o Auditor Independente.
As citadas Normas do CFC, que se encontram anexas a este trabalho, são de
cumprimento obrigatório pelos Contadores que exercem a função de auditor interno.

5. TIPOS DE AUDITORIAINTERNA
O Contador, na função de Auditor Interno, classifica seus trabalhos conforme o enfoque
que lhes é definido. Assim, podemos ter sua atuação em vários tipos e abrangências de
trabalhos, com enfoques diferentes, podendo em algumas áreas ter a colaboração de outros
profissionais especializados. Segue–se uma breve descrição de cada uma delas.
5.1 Auditoria na Área Contábil
A auditoria realizada junto a área contábil tem por objetivo identificar a adequação dos
registros e procedimentos levados a efeito na empresa, a qualidade dos controles internos
existentes, a observação das normas e regulamentos traçados pela administração, bem como a avaliação da correta aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas
Brasileiras de Contabilidade. Dentro desta área, cabem as seguintes avaliações e exames:
• exatidão, fidedignidade, justeza, completabilidade, tempestividade da apresentação e da
publicação das Demonstrações Contábeis, de qualquer relatório formal ou institucional, de
natureza orçamentária, financeira, contábil ou tributária;
• fidedignidade, integridade, adequação, confiabilidade e utilidade dos registros
orçamentários, financeiros, econômicos e contábeis;
• correção, eficácia e adequação dos controles da guarda, da divulgação, do arquivo, dos
meios de consulta e da informatização da documentação pertinente à área contábil, bem
como das formas de identificação, classificação, comunicação e divulgação das
respectivas informações;
• adequação e eficácia dos controles, registros e meios de proteção dos ativos e da
comprovação de sua existência real, utilidade, ociosidade e economicidade, bem como a
comprovação da autenticidade e completabilidade dos passivos;
• eficiência, eficácia e economicidade na utilização de recursos e na administração contábil financeira e tributária de fundos e programas;
• cumprimento das políticas, procedimentos, normas legais e regulamentos, metas e
objetivos compreendidos na área auditada;
• exame e avaliação das aplicações de recursos, observando o cumprimento de normas
legais, institucionais e aspectos contratuais pertinentes;
• avaliação do alcance dos objetivos das operações financeiras, investimentos,
imobilizações, obrigações, despesas, receitas, fundos e programas, etc.;
• exame e avaliação das fontes de recursos, observando os aspectos econômicos acerca
da tempestividade de sua aplicação;
• exame e avaliação da rentabilidade das aplicações e sua contribuição na formação do
resultado da empresa;
• transparência, adequação e tempestividade das informações, particularmente em relação
aos Princípios Fundamentais de Contabilidade;
• emissão de opinião sobre as Demonstrações Contábeis, fundos e programas e planos de
natureza financeira, instituídos ou administrados pela empresa;
• assessoramento ao Conselho Fiscal, em matéria compreendida no âmbito de sua
competência específica; e

• acompanhamento dos trabalhos de auditoria independente.
5.2 Auditoria na Área Operacional
O objetivo maior da Auditoria Operacional é assessorar a administração no desempenho
efetivo de suas funções e responsabilidades, avaliando se a organização, departamento,
sistemas, funções, operações e programas auditados estão atingindo os objetivos propostos com
identificação de falhas e irregularidades no sistema operacional.
5.3 Auditoria de Gestão
A Auditoria Interna em nível gestional desempenha suas atividades participando de
reuniões de diretoria, comitês operacional-financeiros, grupos envolvidos com projetos de
qualidade total, etc. Trabalha em nível de planejamento estratégico, tático e no processo decisório
decorrente da aplicação de sistemas, políticas, critérios e procedimentos.
5.4 Auditoria de Sistemas Informatizados
Os sistemas informatizados tiveram sua aplicação tão ampliada com o passar dos anos,
que hoje é quase impossível, imaginarmos uma entidade sem eles. Instituições financeiras,
indústrias, comércio, serviços, tudo está estruturado em nível de controles sobre os sistemas
informatizados.
Dessa forma, o auditor interno não pode furtar-se à possibilidade de examinar e avaliar
esses sistemas. O auditor interno envolve-se no processo de planejamento, desenvolvimento,
testes e aplicação dos sistemas, preocupando-se com a estrutura lógica, física, ambiental,
organizacional de controle, segurança e proteção de dados. Cabe-lhe informar a administração
sobre: adequação, eficácia, eficiência e desempenho dos sistemas e respectivos procedimentos
de segurança em processamento de dados.
5.5 Auditoria da Qualidade
Com o aumento da competitividade em função da globalização da economia e das
exigências de novos mercados, passamos a conviver diariamente com novos conceitos em
produtos e serviços, a que chamamos qualidade. As normas ISO 9000 definem claramente as
exigências que devem ser perseguidas a fim de obtermos a qualidade. O auditor interno mais
uma vez é chamado a dar sua contribuição, assessorando a alta administração.
Podemos dizer que a Auditoria da Qualidade é uma avaliação planejada, programada e
documentada, executada por pessoas independentes da área auditada, visando a verificar a
eficácia de um sistema implantado, no atingimento dos objetivos e padrões preestabelecidos,
servindo como mecanismo de retroalimentação e aperfeiçoamento do próprio sistema.
As Auditorias de Qualidade podem ser classificadas em internas e externas. Por exemplo:
Auditoria Interna da Qualidade – quando ocorre avaliação do plano de desenvolvimento
do produto, para verificar o atendimento dos requisitos do cliente.
Auditoria Externa da Qualidade – avaliação de fornecedores de matérias-primas.
Quanto ao objeto, a Auditoria de Qualidade classifica-se em: Auditoria de Sistemas,
Auditoria de Processos e Auditoria de Produtos.

5.6 Auditoria Ambiental
Talvez o ramo mais recente da Auditoria Interna seja o que chamamos de Auditoria
Ambiental. Prática corrente em países do chamado primeiro mundo, é o ramo da Auditoria Interna
que examina e analisa os prováveis impactos que as empresas possam causar ao meio
ambiente, com reflexo direto sobre a imagem delas no mercado e, consequentemente, sobre a
captação de recursos, sob a forma de financiamentos ou lançamento de ações no mercado
financeiro.
O trabalho da Auditoria Interna deverá caminhar no sentido de formar opiniões
consistentes, não apenas em relação aos custos dos empreendimentos, como também aos riscos
ambientais previstos com sua implantação e às medidas compensatórias e reparadoras a serem
tomadas. Um exame de auditoria em atividades com envolvimento em relação ao meio ambiente
deverá considerar a existência de relatório de impacto ambiental; as políticas traçadas pela alta
administração. É preciso saber como e quanto a utilização predatória dos recursos naturais
degrada a qualidade do meio ambiente, afeta a vida de uma população ou mesmo o valor de uma
propriedade próxima às instalações da empresa.

6. ESTRUTURAORGANIZACIONAL DO DEPARTAMENTO
A estrutura de uma Auditoria Interna está na relação direta com o tamanho da entidade
em que vai atuar e os objetivos definidos pela administração para suas atividades.
As funções de chefia e supervisão de uma Auditoria Interna são privativas do Contador,
bem como as atividades relacionadas à competência profissional dos mesmos (Resolução CFC
nº 560-83). Poderá, todavia, contar com a colaboração de outros profissionais, especialmente
quando se tratar de trabalhos em áreas que requerem especializações e que não podem ser
realizadas pelo Contador.
A seguir estão apresentados alguns exemplos de cargos utilizados em departamentos
de auditoria interna e suas funções.
6.1 Chefia da Auditoria
Características da Função:
Função especializada, a qual está afeto o processo de planejamento, coordenação,
controle e administração do departamento de Auditoria Interna, incumbindo-lhe, genericamente:
• definir a política operacional, bem como as técnicas a serem utilizadas pelas várias áreas
de atuação e sua interação com os demais setores da empresa;
• prestar assessoramento à alta administração no que tange ao campo de atuação da
Auditoria Interna;
• sugerir a simplificação dos procedimentos existentes na empresa, bem como recomendar
alterações que visem à melhoria dos controles internos existentes, com o intuito de evitar
erros ou fraudes que possam determinar a descontinuidade da empresa.
Discriminação das Principais Atividades:
• normatizar, planejar, controlar, coordenar e orientar as atividades da Auditoria Interna na
empresa (entidade) e nas suas controladas e coligadas;
• avaliar a eficiência e a eficácia, a adequação e o grau de qualidade dos controles
contábeis, financeiros, fiscais, tributários, orçamentários, operacionais e administrativos;
• acompanhar as atividades de auditoria e fiscalização realizadas pelos órgãos de controle
interno, Tribunal de Contas, Secretaria de Controle Interno, Banco Central, Conselho
Fiscal, Auditores Independentes e outros órgãos competentes;
• elaborar o Plano Anual de Atividades de Auditoria;
• orientar e acompanhar a realização das auditorias constantes do Plano Anual de Auditoria
Interna, quando necessárias ou determinadas pela alta administração, no âmbito das
empresas controladas;
• encaminhar, periodicamente, à alta administração o relatório das atividades desenvolvidas
durante determinado período;

• informar, de forma imediata, a ocorrência de fatos relevantes verificados na empresa, no
decorrer dos traia-lhos;
• recomendar, quando julgar oportuno, medidas preventivas ou saneadoras de problemas
identificados, em vista à observação de procedimentos, políticas, diretrizes, com o objetivo
de evitar falhas, fraudes e ocorrências que possam abalar a empresa;
• instituir e manter atualizados os manuais de procedimentos de auditoria, o Plano Anual de
Atividades de Auditoria, bem como os Programas de Auditoria;
• efetuar a avaliação do pessoal sob sua responsabilidade;
• coordenar os programas de treinamento de seus subordinados.
6.2 Supervisor de Auditoria
Características da Função:
Função de natureza especializada, com a atribuição genérica de orientar e supervisionar
as atividades relacionadas à Auditoria Interna, bem como manter o relacionamento com os órgãos de controle e auxiliar a administração da empresa.
Discriminação das Principais Atividades:
• participar da preparação do Plano Anual de Atividades da Auditoria;
• consolidar os resultados dos trabalhos desenvolvidos;
• revisar os relatórios de auditoria, atentando para a correção formal ou mesmo de
posicionamentos frente à variedade de situações encontradas;
• acompanhar a revisão dos normativos implantados, inclusive no que diz respeito aos
controles internos existentes;
• assessorar, quando chamado, as várias áreas: contábil, fiscal, orçamentária, financeira,
administrativa e de sistemas informatizados;
• avaliar os resultados obtidos em relação às metas e objetivos previamente traçados;
• orientar e coordenar as atividades de auditoria, prestando assistência à equipe em
formação;
• elaborar relatórios, pareceres, informações ou outros documentos dirigidos à alta
administração;
• acompanhar e auxiliar as Auditorias Externas, quando previsto no plano de trabalho;
• avaliar o desempenho dos auditores sob sua supervisão.
6.3 Auditor Sênior/Pleno
Características da Função:
Função de natureza especializada, com a atribuição genérica de coordenar, acompanhar,
executar e revisar os trabalhos de auditoria, bem como garantir-lhes a conformidade aos padrões
de desempenho.

Discriminação das Principais Atividades:
• colher informações sobre os trabalhos desenvolvidos;
• planejar os trabalhos a serem desenvolvidos em campo, de acordo com as normas
preestabelecidas;
• elaborar e atualizar os Programas de Auditoria para os trabalhos de campo;
• conduzir e executar os trabalhos de campo, determinando os procedimentos de auditoria
aplicáveis e a necessidade de extensão ou integração a outros trabalhos;
• administrar o trabalho de campo quanto a sua extensão, orçamento de horas e custos;
• supervisionar os auditores sob sua coordenação na condução dos trabalhos de campo;
• elaborar relatórios, com a indicação dos fatos, causas, quando relevantes, e
recomendações de ações corretivas, visando à melhoria dos controles e do desempenho
da área;
• discutir, com as áreas auditadas, os assuntos abordados nos relatórios;
• elaborar parecer sobre assuntos relacionados aos controles internos da empresa, quando
solicitado pela administração;
• avaliar o pessoal sob sua responsabilidade;
• cooperar no exame do Processo de Prestação de Contas, no caso de empresas estatais;
• verificar, nas áreas auditadas, a adoção das recomendações feitas.
6.4 Auditor Júnior
Características da Função:
Função de natureza especializada, com a atribuição genérica de executar trabalhos de
auditoria, efetuando avaliações nos controles internos existentes, em todas as áreas, inclusive na
de processamento de dados.
Discriminação das Principais Atividades:
• executar as atividades de auditoria nas unidades da empresa e suas controladas ou
mantidas, de acordo com o programa de auditoria estabelecido;
• examinar bens, valores e a execução orçamentária;
• verificar o acompanhamento e a fiscalização da execução dos contratos, convênios e
acordos;
• examinar os controles e registros das operações e serviços quanto à obediência das
normas e procedimentos estabelecidos, apontando as necessidades e falhas na condução
de qualquer atividade;
• recomendar medidas preventivas, com a finalidade de adequar os procedimentos aos atos
normativos, visando a evitar falhas nos controles internos;
• colaborar na elaboração dos relatórios.

7. AUTONOMIAPROFISSIONAL
O auditor interno, por ser funcionário da empresa, não raras vezes tem sua autonomia
questionada. Somente com um posicionamento profissional diretamente ligado a conceitos éticos,
ele poderá consolidar sua condição de autonomia para executar suas atividades. O auditor
precisa de autonomia e credibilidade para poder revisar e avaliar políticas e planos,
procedimentos, normas, operações e registros, de maneira a contar com a absoluta confiança e
apoio dos auditados, do corpo gerencial e da alta administração.
Faz-se mister que o auditor interno, no desempenho de suas atividades, imprima
qualidade excepcional aos seus relacionamentos profissionais, atuando como consultor, isto é,
esclarecendo dúvidas à medida que elas surgem, identificando a origem dos problemas
detectados e discutindo prontamente a solução com seu auditado, sempre agindo com lisura,
paciência, educação, respeito, criatividade e senso crítico. A adoção deste posicionamento
tornará o auditor interno um profissional mais respeitado, consolidando sua credibilidade junto à
organização.

8. POSICIONAMENTO E SUBORDINAÇÃO
Não raras vezes, encontram-se auditores internos, ou seu departamento, subordinados a
diretores financeiros. Esta é uma deformidade em nível de estrutura organizacional, pois
subordina o auditor interno a uma chefia que comanda uma série de departamentos da empresa,
que serão alvo de seu trabalho. Fatalmente haverá o constrangimento profissional, e a perda da
autonomia, condição indispensável à realização de um trabalho adequado. É recomendável que o auditor interno esteja subordinado ao nível mais elevado possível
dentro da organização, como ao Presidente da entidade. Isso refletirá diretamente sobre a
qualidade do trabalho executado e sobre os resultados que este propiciará à empresa. Outra
razão para esta linha de vinculação é que, estando o auditor vinculado a um diretor, isso poderá
afetar a credibilidade do seu trabalho, na medida em que possa ser visto pelas demais diretorias
como um membro daquela verificando transações das outras. Consequentemente, a vinculação
do auditor interno diretamente ao Presidente ou Conselho de Administração, ou à Diretoria como
Colegiado, passa a ser condição fundamental para a aceitação da Auditoria Interna como um real
instrumento de controle e assessoria útil para a empresa.

9. FRAUDE E ERRO
Ao realizarem seus exames, os auditores internos devem estar conscientes da
possibilidade de existirem fraudes ou erros nos registros que examinam. Devem, portanto,
examinar com acurado zelo profissional os meios usados para proteger o patrimônio contra os
diversos tipos de danos decorrentes de roubo, fraude, atividades ilegais ou atentatórias a esse
patrimônio, assim como sua segurança contra mau uso, intempéries, incêndios e situações
similares.
Os auditores internos devem ter conhecimentos técnicos sobre os sistemas e
procedimentos da organização, bem como sobre os tipos e características básicas de fraude ou
erros possíveis de ocorrerem na área de atividades de seus exames. Devem, ainda, ser capazes
de identificar os indícios de possíveis ocorrências de fraudes ou riscos de atos atentatórios, aqui
incluídos os erros, ao patrimônio da organização.
A NBC T 12, item 12.1.4, conceitua fraude e erro, como segue:
“12.1.4.1 O termo ‘fraude’ aplica-se a atos voluntários de omissão e manipulação de transações e operações, adulteração de documentos, registros, relatórios e demonstrações contábeis, tanto em ter-mos físicos quanto monetários.
12.1.4.2 O termo ‘erro’ aplica-se a atos involuntários de omissão, desatenção, desconhecimento ou má interpretação de fatos na elaboração de registros e demonstrações contábeis, bem como de transações e operações da Entidade, tanto em termos físicos quanto monetários.”
A prevenção desses riscos compreende as medidas tomadas pela administração por meio
de um sistema contábil adequado e um controle interno eficaz, a fim de desencorajar sua
perpetração e limitar sua possibilidade de ocorrência. A adoção de controles que previnam a
ocorrência de fraudes contra o patrimônio, ou permitam detectá-las quando ocorrem, é
responsabilidade tanto gerencial quanto diretiva. A constatação da existência de fraudes contra o
patrimônio é responsabilidade da administração, mediante a estrutura de controle por ela
determinada.
Os exames da Auditoria Interna tem, entre outros, o escopo de assessorar a
administração na prevenção de fraudes, porquanto são efetuados com bases em testes, de
tamanho e periodicidade apropriados. Se o auditor tivesse a responsabilidade específica de
descobrir todas as fraudes, teria de ampliar seu trabalho a tal ponto que seu custo poderia vir a se
tornar proibitivo. Assim mesmo, ele não poderia garantir que todos os tipos de fraude teriam sido
descobertos, ou que nenhuma outra existisse, porque as transações não-contabilizadas, as
fraudes em custeio e as falsificações não seriam necessariamente descobertas.
O erro decorre de atos involuntários de omissão, desatenção, desconhecimento ou má
interpretação de fatos na elaboração dos registros contábeis e demonstrações contábeis, bem
como da deficiência no cumprimento dos controles inter-nos.

10. RELATÓRIO DE AUDITORIAINTERNA
O Relatório do auditor é o produto final do seu trabalho e, como tal, deve ser apresentado,
visto e entendido pelo auditado, ou mesmo pelo usuário da auditoria. Considerado como veículo
principal de relacionamento entre o auditor e a entidade auditada, o Relatório é documento
técnico e deve obedecer a normas de apresentação, forma e objetivos.
O Relatório é o ponto de ligação entre o trabalho planejado e o efetivamente realizado. É o
instrumento que revela à administração da empresa a qualidade e a contribuição da Auditoria
Interna, suas constatações, opiniões técnicas e recomendações. Serve também como documento
de avaliação do trabalho efetuado pelo auditor, podendo ser enquadrado nas seguintes situações:
• execução de um trabalho incompleto: sem examinar fatos relevantes, não reportando
situações importantes;
• execução de um trabalho com imperícia: exame dos fatos sem a constatação quanto a
ineficiência e desacertos;
• execução de trabalho com negligência: verificaram-se fatos desabonatórios e não foram
relatados, ou o foram com ineficiência, não possibilitando avaliações precisas.
O Relatório deve conter avaliações precisas dos fatos verificados, recomendando
mudanças que visem ao saneamento das irregularidades levantadas, estabelecendo controles e
conferências que possibilitem eliminá-las em definitivo. O Relatório deve, além de objetivo, ser
oportuno, possibilitando a adequada tomada de decisão pela administração da empresa.
10.1 Importância
Para o Auditado:
– funciona como uma avaliação do trabalho do auditado;
– indica a necessidade de ações corretivas.
Para a Administração:
é um indicador de avaliação do desempenho dos seus profissionais, em suas funções.
Para a Auditoria:
objetivamente, é um dos meios pelo qual a alta administração julga e avalia a qualidade da
auditoria.

10.2 Tipos de Relatórios
Relatórios Preliminares:
• relatórios periódicos, emitidos durante o andamento de uma auditoria;
• apresentam maior simplicidade na formulação;
• são ágeis na discussão dos pontos junto ao auditado.
Relatórios Finais:
• são completos e abrangentes;
• incluem informações quanto à natureza dos assuntos, escopo do trabalho e índice de
pontos;
• incluem, além dos fatos e recomendações, uma opinião geral sobre a área auditada.
Relatórios Especiais:
• originários de trabalhos de natureza especial, como por exemplo:
a) compra de uma empresa;
b) avaliação de um projeto específico;
c) acompanhamento da fabricação de equipamento de grande porte adquirido pela
empresa;
• assuntos confidenciais, que não podem ser tratados em relatórios normais;
• trabalhos específicos, como: apreciação da atuação de executivos; suposições de
fraudes; etc.

11. RELACIONAMENTO TÉCNICO- PROFISSIONAL COM OS AUDITORES INDEPENDENTES
Nos dias de hoje, é prática comum nas grandes empresas, que têm suas demonstrações
contábeis examinadas por auditores independentes, a participação significativa da Auditoria
Interna nos trabalhos.
Apesar de não apresentarem o mesmo enfoque quanto à atuação, algumas avaliações são
semelhantes em nível interno como externo, possibilitando a este último um melhor desempenho
e estendendo suas avaliações a rotinas não verificadas anteriormente.
Como resultado deste entrelaçamento de atividades, ocorrerá uma avaliação melhor por
parte dos auditores independentes, na medida em que seu trabalho será direcionado a fatos
específicos de grande relevância para a empresa, evitando a repetição de trabalhos já
minuciosamente examinados pela Auditoria Interna. A constante utilização dos trabalhos da
Auditoria Interna irá influenciar a auditoria independente no sentido de avaliar a atuação daquela.

12. GARANTIADE QUALIDADE E EXCELÊNCIA PROFISSIONAL NO TRABALHO DAAUDITORIAINTERNA
Vivemos um momento, em nível mundial, em que o foco, nas relações comerciais,
industriais, de serviços, enfim, em todas as atividades ou transações realizadas, é o que
chamamos de Qualidade. Agregam-se a este conceito os de Produtividade e Excelência. Os
auditores internos, por estarem totalmente envolvidos, em suas empresas, com esses programas,
têm a obrigação moral de trazerem para o seio de suas atividades os mesmos conceitos. Para
tanto, precisam assegurar-se, continuamente, de que os trabalhos desenvolvidos pela equipe de
Auditoria Interna estão pautados pela qualidade e excelência profissionais.
Dessa forma, a chefia da área de Auditoria Interna deve estabelecer um programa de
garantia de qualidade e excelência nos trabalhos de sua alçada. Assim, estaremos certificandonos
de que os trabalhos do auditor interno estão sendo efetuados de conformidade com as
normas para o exercício da Auditoria Interna, ditadas pelo Conselho Federal de Contabilidade e,
complementarmente, por órgãos de controle a que a entidade esteja subordinada. A supervisão
do trabalho deve ser contínua, a fim de assegurar a conformidade das técnicas utilizadas e dos
programas elaborados com as normas de Auditoria Interna. O trabalho será revisado
periodicamente, procurando sempre manter-se um padrão de qualidade.

13. ASPECTOS RELATIVOS AO CONTROLE INTERNO E EXTERNO NAÁREA PÚBLICA
A Constituição Federal de 1988 aperfeiçoou o Controle da Administração Pública,
distribuindo-o em três etapas, a saber:
– Controle Interno de cada Poder (art. 70);
– Controle Externo (art. 71);
– Controle Interno Integrado (art. 74).
O primeiro deve estar subordinado administrativamente ao respectivo titular do Poder
Legislativo, Executivo ou Judiciário, com a finalidade de:
• proteger e salvaguardar os bens e outros ativos contra fraudes, perdas ou erros nãointencionais;
• assegurar o grau de confiabilidade da informação contábil-financeira, com o objetivo de
auxiliar o processo de tomada de decisões;
• promover a eficiência, a eficácia e a economicidade no desempenho e utilização dos
recursos públicos;
• impulsionar a adesão à política estabelecida pela administração à qual se vincula e servir
de guardião dos princípios de controle interno integrados.
O Controle Externo é de competência do Poder Legislativo, sendo exercido com o auxílio do
Tribunal de Contas, que teve, na Constituição de 1988, significativa ampliação de suas
atribuições.
O Controle Interno Integrado constitui uma inovação na Carta Magna e objetiva o controle
do Estado, ou seja, do conjunto dos três Poderes, coordenando as atividades de Controle Interno
de cada Poder e atuando de modo independente, para dar pleno sentido à sua função de apoiar o Controle Externo no exercício de sua missão institucional (art. 74, IV).
Como reforço à idéia de que o Controle Interno Integrado constitui o Controle da Entidade, a
própria Constituição estabeleceu que os responsáveis pelo Controle Interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas, sob pena de responsabilidade solidária.
No Estado do Rio Grande do Sul, a Constituição de 1989 estabeleceu que o Controle
Interno terá organização una e integrada, compondo órgão de contabilidade e auditoria-geral do
Estado, com delegações nos três Poderes.
Essa é a estrutura atual do Controle Interno em nosso Estado, que tem como órgão central
a Contadoria e Auditoria-
-Geral do Estado, a qual possui delegações nos diversos órgãos do Poder Executivo, assim como
nos poderes Legislativo e Judiciário e, ainda, junto ao Ministério Público.
Em 1986, mediante o Decreto nº 93.216-86, foi adotado um passo importante para a
consolidação e valorização das auditorias internas nas empresas estatais do Governo Federal:
ficou determinado que todas as empresas deveriam dispor, na sua estrutura organizacional, de
uma unidade de Auditoria Interna, cujo titular somente seria admitido ou dispensado por proposta
da Diretoria, aprovada pelo Conselho de Administração. Esse mesmo decreto estabeleceu que o
plano de trabalho anual das auditorias fosse aprovado pelo Conselho Fiscal e que essas medidas

fossem consolidadas nos estatutos sociais das empresas, o que está vigorando até este
momento.

Em sete de julho de 1989, foram aprovadas, mediante a Instrução Normativa STF/MF nº
010, as Normas do Sistema de Auditoria para a área pública federal, que vieram com o objetivo
de padronizar os trabalhos de auditoria realizados pelo Executivo.
Tal normativa veio definir o Sistema de Auditoria, composto pela Subsecretaria de Auditoria
e pelas Coordenadoras de Auditoria.
Posteriormente, foi editado o Decreto 99.244, de 10 de maio de 1990, tendo por objetivo
reorganizar a Presidência da República, os Ministérios e a competência para o controle das
empresas estatais, cuja responsabilidade, até então, estava afeta à Secretaria de Controle das
Empresas Estatais – SEST, passando a responsabilidade ao Departamento de Orçamento da
União, vinculado à Secretaria Nacional de Planejamento do MEFP.
O Departamento do Tesouro Nacional, mediante a Instrução Normativa nº 016, de 20 de
dezembro de 1991, definiu as diretrizes e estabeleceu normas a serem observadas pelos
Auditores do Sistema de Controle Interno.
A Medida Provisória nº 899, de 16 de fevereiro de 1995, organizou e disciplinou os Sistemas
de Controle Interno do Poder Executivo, deixando as atividades de Auditoria Interna, fiscalização
e avaliação de gestão sob a orientação técnica e normativa da Secretaria Federal de Controle.
O Sistema de Controle Interno do Poder Executivo tem como órgão central o Ministério da
Fazenda e compreende:
a) o Conselho Consultivo do Sistema de Controle Interno;
b) a Secretaria Federal de Controle;
c) a Secretaria do Tesouro Nacional;
d) as Unidades de Controle Interno dos Ministérios.
Ao nível das instituições financeiras, órgãos como o Banco Central do Brasil e a própria
Comissão de Valores Mobiliários efetuam controle financeiro sobre as empresas estatais.
Além dos órgãos acima mencionados, existem a Comissão de Fiscalização e Controle do
Senado e Câmara dos Deputados, Instituições Financeiras Internacionais, BID e BIRD, Auditorias
Independentes, Conselhos Fiscais das Empresas e Controladoras.

ANEXOS
(NBC T 12 e NBC P 3)

RESOLUÇÃO CFC Nº 780
de 24 de março de 1995
Aprova a NBC T 12 – Da Auditoria Interna.
O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e
regimentais,
CONSIDERANDO o que dispõe a Resolução CFC nº 751-93, de 29 de dezembro de
1993;
CONSIDERANDO o estudo desenvolvido pelo Grupo de Estudo instituído pela Portaria
CFC nº 2-95, sob a coordenação do Contador Ynel Alves de Camargo, tendo como participantes
os Contadores Antonio Luiz Sarno, George Sebastião Guerra Leone, Luiz Francisco Serra;
CONSIDERANDO a importância da elaboração de normas reguladoras para o campo do
exercício profissional contábil;
RESOLVE:
Art.1º Aprovar a Norma Brasileira de Contabilidade, assim discriminada: NBC T 12 – Da
Auditoria Interna.
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua assinatura.
Brasília, 24 de março de 1995.
JOSÉ MARIA MARTINS MENDES
Presidente

NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE
NBC T 12 – DA AUDITORIA INTERNA
12.1 – CONCEITUAÇÃO E DISPOSIÇÕES GERAIS
12.1.1 – Conceituação e Objetivos da Auditoria Interna
12.1.1.1 – A auditoria interna constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por
objetivo examinar a integridade, adequação e eficácia dos controles internos e das
informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais da Entidade.
12.1.1.2 – A auditoria interna é de competência exclusiva de Contador registrado em Conselho
Regional de Contabilidade, nesta norma denominado auditor interno.
12.1.2 – Procedimentos da Auditoria Interna
12.1.2.1 – Os procedimentos de auditoria interna são os exames, incluindo testes de
observância e testes substantivos, que permitem ao auditor interno obter provas
suficientes para fundamentar suas conclusões e recomendações.
12.1.2.2 – Os testes de observância visam a obtenção de uma razoável segurança de que os
controles internos estabelecidos pela administração estão em efetivo funcionamento,
inclusive quanto ao seu cumprimento pelos funcionários da Entidade.
12.1.2.3 – Os testes substantivos visam à obtenção de evidência quanto à suficiência, exatidão
e validade dos dados produzidos pelos sistemas de informações da Entidade.
12.1.2.4 – As informações que fundamentam os resultados da auditoria interna são
denominadas de evidências, que devem ser suficientes, fidedignas, relevantes e úteis, de modo a fornecerem base sólida para as conclusões e recomendações.
12.1.3 – Papéis de Trabalho
12.1.3.1 – Os papéis de trabalho são o conjunto de documentos e apontamentos com
informações e provas coligidas pelo auditor interno que consubstanciam o trabalho
executado.
12.1.4 – Fraude e Erro
12.1.4.1 – O termo fraude aplica-se a atos voluntários de omissão e manipulação de transações
e operações, adulteração de documentos, registros, relatórios e demonstrações
contábeis, tanto em termos físicos quanto monetários.

12.1.4.2 – O termo erro aplica-se a atos involuntários de omissão, desatenção,
desconhecimento ou má interpretação de fatos na elaboração de registros e
demonstrações contábeis, bem como de transações e operações da Entidade, tanto
em termos físicos quanto monetários.
12.1.4.3 – O auditor interno deve assessorar a administração no trabalho de prevenção de erros
e fraudes, obrigando-se a informá-la, de maneira reservada, sobre quaisquer indícios
ou confirmações de erros ou fraudes detectados no decorrer de seu trabalho.
12.2 – NORMAS DE EXECUÇÃO DOS TRABALHOS
12.2.1 – Planejamento da Auditoria Interna
12.2.1.1. – O planejamento do trabalho de auditoria interna compreende os exames preliminares
da Entidade, para definir a amplitude do trabalho a ser realizado de acordo com as
diretivas estabelecidas pela administração.
12.2.1.2 – O planejamento deve considerar todos os fatores relevantes na execução dos
trabalhos, especialmente os seguintes:
a) o conhecimento detalhado dos sistemas contábil e de controles internos da Entidade
e seu grau de confiabilidade;
b) a natureza, oportunidade e extensão dos procedimentos de auditoria interna a serem
aplicados;
c) a existência de Entidades associadas, filiais e partes relacionadas que estejam no âmbito dos exames da auditoria interna;
d) o uso do trabalho de especialistas e outros auditores;
e) os ciclos operacionais da Entidade relacionados com volume de transações e
operações;
f) o conhecimento das atividades operacionais da Entidade, como suporte para a análise
eficaz dos procedimentos e sistemas de Contabilidade de Custos que estão sendo
aplicados para acompanhar e controlar o uso e o consumo de recursos, visando
verificar a existência de desvios em relação às rotinas preestabelecidas;
g) o conhecimento da execução orçamentária, tanto operacional como de investimentos,
no sentido de verificar a exatidão de apropriação dos valores, se os desvios estão
sendo controlados e se as conseqüentes ações corretivas estão sendo aplicadas.
12.2.1.3 – O auditor interno deve documentar seu planejamento e preparar, por escrito, o
programa de trabalho, detalhando o que for necessário à compreensão dos
procedimentos que serão aplicados, em termos de natureza, oportunidade e
extensão.
12.2.1.4 – Os programas de trabalho, estruturados de forma a servir como guia e meio de
controle, devem ser revisados e/ou atualizados quando necessário.
12.2.2 – Aplicação dos Procedimentos de Auditoria Interna

12.2.2.1 – O auditor interno deve obter, analisar, interpretar e documentar as informações
físicas, contábeis, financeiras e operacionais para dar suporte aos resultados de seu
trabalho.
12.2.2.2 – O processo de avaliação das informações contábeis compreende:
a) a obtenção de informações sobre todos os assuntos relacionados com os objetivos e
alcance da auditoria interna. As informações devem ser suficientes, adequadas,
relevantes e úteis no fornecimento de evidências às conclusões e recomendações da
auditoria interna:
1. a informação suficiente é factual e convincente, de tal forma que uma pessoa
prudente e informada possa entendê-la da mesma forma que o auditor interno;
2. a informação adequada é aquela que, sendo confiável, propicia a melhor evidência
alcançável através do uso apropriado das técnicas de auditoria interna;
3. a informação relevante é a que dá suporte às conclusões e recomendações da
auditoria interna;
4. a informação útil é a que auxilia a Entidade a atingir suas metas;
b) a aplicação dos procedimentos de auditoria interna, incluindo os testes e técnicas de
amostragem, e, onde praticável, deve ser definida antecipadamente e ampliada ou
alterada se as circunstâncias assim o exigirem.
12.2.2.3 – O processo deve ser supervisionado para alcançar razoável segurança de que o
objetivo do trabalho da auditoria interna está sendo atingido.
12.2.2.4 – O auditor interno deve adotar procedimentos adequados para assegurar-se que todas
as contingências ativas e passivas relevantes, decorrentes de processos judiciais,
reivindicações e reclamações, bem como de lançamentos de tributos e contribuições
em disputa, foram identificadas e são do conhecimento da administração da
Entidade.
12.2.2.5 – O auditor interno deve examinar a observância das legislações tributária, trabalhista e
societária, bem como o cumprimento de normas reguladoras a que estiver sujeita a
Entidade.
12.2.3 – Documentação da Auditoria Interna
12.2.3.1 – O auditor interno deve documentar, através de papéis de trabalho, todos os
elementos significativos dos exames realizados, que evidenciem ter sido a auditoria
interna executada de acordo com as normas aplicáveis.
12.2.3.2 – Os papéis de trabalho devem ter abrangência e grau de detalhe suficientes para
propiciarem a compreensão do planejamento, da natureza, da oportunidade e
extensão dos procedimentos de auditoria interna aplicados, bem como do julgamento
exercido e do suporte das conclusões alcançadas.
12.2.3.3 – Os papéis de trabalho devem ser elaborados, organizados e arquivados de forma
sistemática e racional.

12.2.3.4 – Ao se utilizar de análises, demonstrações ou quaisquer outros documentos, o auditor
interno deve certificar-se de sua exatidão, sempre que integrá-
-los aos seus papéis de trabalho.
12.2.4 – Amostragem Estatística
12.2.4.1 – Ao determinar a extensão de um teste de auditoria interna ou método de seleção dos
itens a serem testados, o auditor interno pode empregar técnicas de amostragem
estatística.
12.2.5 – Processamento Eletrônico de Dados – PED
12.2.5.1 – O auditor interno deve dispor de conhecimento suficiente dos recursos de PED e dos
sistemas de processamento da Entidade, a fim de avaliá-los e planejar
adequadamente seu trabalho.
12.2.5.2 – O uso de técnicas de auditoria interna que demande o emprego de recursos de PED,
requer que o auditor interno as domine completamente, de forma a implementar os
próprios procedimentos ou, se for o caso, orientar, supervisionar e revisar os
trabalhos de especialistas.
12.3 – NORMAS RELATIVAS AO RELATÓRIO DO AUDITOR INTERNO
12.3.1 – O relatório é o instrumento técnico pelo qual o auditor interno comunica os trabalhos
realizados, suas conclusões, recomendações e as providências a serem tomadas
pela administração.
12.3.2 – O relatório deve ser redigido com objetividade e imparcialidade, de forma a expressar
claramente os resultados dos trabalhos realizados.
12.3.3 – O relatório do auditor interno é confidencial e deve ser apresentado ao superior
imediato ou pessoa autorizada que o tenha solicitado.
12.3.4 – O auditor interno deve, no seu relatório, destacar, quando for o caso, as áreas não
examinadas, informando os motivos pelos quais não as contemplou.
(Publicada no DOU de 10-04-95.)
RESOLUÇÃO CFC Nº 781 de 24 de março de 1995
Aprova a NBC P 3 – Normas Profissionais do auditor interno.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e
regimentais,
CONSIDERANDO o que a Resolução CFC nº 780-95, de 24 de março de 1995, aprovou a
NBC T 12 – Da Auditoria Interna;
CONSIDERANDO a estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade prevista na
Resolução CFC nº 751-93, de 29 de dezembro de 1993;
CONSIDERANDO os resultados dos estudos e debates promovidos pelo Grupo de
Estudo, instituído pela Portaria CFC nº 2-95;
RESOLVE:
Art. 1º Aprovar a NBC P 3 – Normas Profissionais do Auditor Interno.
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua assinatura.
Brasília, 24 de março de 1995.
JOSÉ MARIA MARTINS MENDES
Presidente
NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC P 3 – NORMAS PROFISSIONAIS DO
AUDITOR INTERNO
3.1 – COMPETÊNCIA TÉCNICO-PROFISSIONAL
3.1.1 – O Contador, na função de auditor interno, deve manter o seu nível de competência
profissional pelo conhecimento atualizado das Normas Brasileiras de Contabilidade,
das técnicas contábeis, especialmente na área de auditoria, da legislação inerente à
profissão, dos conceitos e técnicas administrativas e da legislação aplicável à
Entidade.
3.2 – AUTONOMIA PROFISSIONAL
3.2.1 – O auditor interno, não obstante sua posição funcional, deve preservar sua autonomia
profissional.

3.3 – RESPONSABILIDADE DO AUDITOR INTERNO NA
EXECUÇÃO DOS TRABALHOS
3.3.1 – O auditor interno deve ter o máximo de cuidado, imparcialidade e zelo na realização
dos trabalhos e na exposição das conclusões.
3.3.2 – A amplitude do trabalho do auditor interno e sua responsabilidade estão limitadas à
sua área de atuação.
3.3.3 – A utilização da equipe técnica supõe razoável segurança de que o trabalho venha a
ser executado por pessoas com capacitação profissional e treinamento requeridos
nas circunstâncias.
3.3.4 – Cabe também ao auditor interno, quando solicitado, prestar assessoria ao Conselho
Fiscal ou Órgãos equivalentes.
3.4 – RELACIONAMENTO COM PROFISSIONAIS DE
OUTRAS ÁREAS
3.4.1 – O auditor interno pode realizar trabalhos de forma compartilhada com profissionais de
outras áreas, situação em que a equipe fará a divisão de tarefas segundo a
habilitação técnica e legal dos seus participantes.

3.5 – SIGILO
3.5.1 – O auditor interno deve respeitar o sigilo relativamente às informações obtidas durante
o seu trabalho, não as divulgando para terceiros, sob nenhuma circunstância, sem
autorização expressa da Entidade em que atua.
3.5.2 – O dever de manter o sigilo continua depois de terminado o vínculo empregatício ou
contratual.
3.6 – COOPERAÇÃO COM O AUDITOR INDEPENDENTE
3.6.1 – O auditor interno, quando previamente estabelecido com a administração de Entidade
em que atua, e, no âmbito de planejamento conjunto de trabalho a realizar, deve
apresentar os seus papéis de trabalho ao auditor independente e entregar-lhe cópias,
quando este entender necessário.
(Publicada no DOU de 10-04-95.)